quarta-feira, 21 de julho de 2010

verbete LIBERTADORA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO THEREZA PORTO MARQUES

Docente: Célia de Andrade Silva  
Discente: Caterina Casaretti - Turma: PF 35
Pesquisa científica - Verbete: Libertadora
Data: fev/2010
                                                Libertai-vos   
Verbete: Libertadora

A palavra Libertadora é um termo usado por uma vertente de concepção teórica alinhada ao pensamento progressista da pedagogia e que se emancipou tornando-se a vertente Libertadora. Entre seus criadores, com maior destaque Paulo Freire e hoje  Moacir Gadotti segue muitas de suas ideias. Segundo o artigo da internet, no  Wikipédia, a enciclopédia livre, a pedagogia libertadora, também denominada pedagogia da libertação, faz parte dos postulados centrais de Paulo Freire, a qual é conhecida e pesquisada em diversas universidades ao redor do mundo. A Pedagogia Libertadora utiliza "temas geradores", ou seja, os alunos são alfabetizados com as palavras que usam no dia-a-dia, sempre associando o processo de alfabetização com a vida, ou seja, problematizando-a, contextualizando-a, despertando autonomia e emancipando os sujeitos capazes de construir suas realidades..
Em outro sítio da internet encontra-se:
Pedagogia libertadora[1][1]
Convencionou-se denominar de “pedagogia libertadora” a concepção pedagógica cuja matriz remete às idéias de Paulo Freire. Sua inspiração filosófica se encontra no Personalismo cristão e na fenomenologia existencial. Como se trata de correntes que, como o pragmatismo, se inserem na Concepção humanista moderna de filosofia de educação, a pedagogia libertadora mantém vários pontos de contato com a pedagogia renovadora. Também ela valoriza o interesse e iniciativa dos educandos, dando prioridade aos temas e problemas mais próximos das vivências dos educandos sobre os conhecimentos sistematizados. Mas, diferentemente do movimento escolanovista, a pedagogia libertadora põe no centro do trabalho educativo temas e problemas políticos e sociais, entendendo que o papel da educação é, fundamentalmente, abrir caminho para a libertação dos oprimidos.

Em  40 olhares sobre os 40 anos da Pedagogia do oprimido, Mário Sérgio Cortella  revela a rigososidade de um mestre em análise do título, Pedagogia do Oprimido;
Vida maiúscula
Por que Paulo Freire chamou a obra de “Pedagogia do oprimido?” Poderia ter escolhido “Pedagogia para o oprimido”, dando ao texto um caráter ferramental, ou “Pedagogia com o oprimido”, deixando claro já no título a aliança necessária a ser feita com as vítimas.
Ora, há uma diferença entre falar de e falar sobre; quando se fala de, fala-se de dentro, como experiência pelo sujeito vivida; quando se fala sobre, fala-se de fora, como experiência pelo sujeito ouvida. Eu, que nunca fome senti, não posso falar da fome, e sim sobre ela; não posso falar nem de analfabetismo e nem de discriminação racial, pois são vivências de outrem. Paulo Freire, porém, mergulhara com tamanha intensidade e honestidade na vida de oprimidos que se tornara capaz de expressar-se como tal, no lugar de mera representação.
A Pedagogia do oprimido é impregnada de Vida, vida sofrida, vida sem abundância, vida agredida, vida furtada. Por isso, viva a obra permanece, enquanto a vida de infindos homens e mulheres ficar no diminutivo. Viva, sim, após 40 anos, para que a Vida não se apequene.
Mario Sérgio Cortella[2] (GADOTTI, p. 20-21, 2008).

No dicionário Aurélio Buarque da  Língua Portuguesa  o termo libertador:
(ô) De libertar + dor) Adj. 1. Que liberta, que dá liberdade. 2. Que torna livre, livrador; para dar liberdade. Palavras libertador (sin. (de 1 e 2) Libertante) 3. Bras. Relativo ou pertencente ao partido libertador extinto em 1965 S.M 4. Aquele que liberta; livrador 5. Membro do partido libertador.

O método de Paulo Freire é, fundamentalmente, um método de cultura popular: conscientiza e politiza. - Não absorve o político no pedagógico, mas também não põe inimizade entre educação e política.  (FREIRE, p. 15, 1983). Para ele o ato de educar é um ato político.

Dentro de minha concepção, percebo a palavra libertadora, como fruto de um entendimento de mundo de um grande educador brasileiro e que em sua existência talvez não fosse respeitado como deveria ou mesmo compreendido. Apesar de que as palavras de Paulo Freire façam eco, hoje, no mundo, o mundo ideologizado sempre aplica o que a voz dominante acolhe como verdade e a coerência muitas vezes acaba exilada do contexto, como aconteceu com o próprio Paulo que por anos esteve em exílio tendo que após este período, “reaprender seu país”. Sabemos que a teoria em sua prática nunca será o espelho de si mesma, como também a repercussão toma vida própria e caminhos que jamais poderiam ser projetados. Se hoje ouvimos Freire ainda na maioria das vezes é para esconder discursos de dominação, afinal parafraseando Saviani em Escola e Democracia: “para se manter a opressão basta falar frequentemente de liberdade”. (SAVIANI, p. 48, 1988). Nos E.U.A por exemplo, como em outros centros de poder econômico e cultural, de acordo com a obra de Pedro Demo, Educação e Desenvolvimento, há referências que sustentam certo descaso em relação ao sentido da obra de Paulo Freire, assim como também se encontra na obra de José Carlos Libâneo, Pedagogia e Pedagogos Para quê?, assim como em Dermeval Saviani onde apontam os Estados Unidos como hegemonia dominante que pretende manter relações de poder refletidas de várias formas, uma delas é pela invasão cultural.
Eduardo Galeano em suas Veias Abertas da América Latina aponta detalhes do imperialismo capitalista:
O interesse das corporações imperialistas por se apropriar do crescimento industrial latino americano e capitalizá-lo em seu benefício não implicam um desinteresse por todas as formas tradicionais de exploração. (GALEANO, p. 224, 1986). em outro ponto revela que:
Não faltam políticos e tecnocratas dispostos a demonstrar que a invasão do capital estrangeiro “industrializador” beneficia as áreas aonde irrompe. À diferença do antigo, este novo imperialismo implicaria uma ação em verdade civilizadora, uma benção para os países dominados, de modo que pela primeira vez a letra das declarações de amor da potência dominante de turno coincidiria com suas intenções reais. (Idem, p.225).

além de muitas outras forças contrárias ao diálogo, como exemplo de descaso, na obra de Moacir Gadotti, nos conta em, Escola vivida Escola Projetada, que demitiu-se de seu cargo na Secretaria Municipal da Educação de São Paulo, depois de conviver com diversos tipos de distorções de sua linha muitíssimo a descontento de ter que deixar o mestre, porém não vendo outra saída acaba saindo e revelando situações a contragosto existentes por parte dos assessores que intermediavam certas áreas do trabalho no qual reconta nesta obra a prática vivida do momento envolvendo órgãos internacionais e nacionais.

 Os Estados Unidos escondem em sua arrogância as vozes de muitos mestres, como bem relata Pedro Demo:
"Assume-se, geralmente, que a educação é parceira do conhecimento, e sendo este a fonte principal da inovação, estaria ela também diretamente envolvida nas mudanças da sociedade e da economia, como quer por exemplo, a assim denominada "qualidade total". Sendo o desenvolvimento um reflexo direto da capacidade de mudar". (DEMO, p. 9,  1999).

Para complementar o raciocínio:

"A ligação entre educação e desenvolvimento é frequentemente fantasiosa, no sentido de que se depositam sobre ela expectativas infundadas, em particular quando vista de modo apenas setorial, ou quando se reduz a uma relação de mero manejo do conhecimento para fins de competitividade, ou quando se abusa dela para prometer todas as transformações sociais." (DEMO, p. 11, 1999). 

"Parece claro que o processo de globalização, desde sempre, se alimentou de mecanismos com tendência universalizante, em particular do conhecimento logico-matematico e da tecnologia como tal, sem falar também da propria tendência do mercado capitalista de se impor como realidade global e não nacional, regional ou local, sobretudo sob a ótica da mais-valia relativa, além do efeito homogeneizante dos meios de comunicação e da informática (...)" (Dertouzos 1997, Lojkine 1995 in DEMO p. 17 1999).

É impossível que um país que venha a ser o berço e o viveiro do capitalismo tenha um olhar complacente  libertador, até porque o capitalismo só sobrevive da ilusão criada pelos seus aparelhos ideológicos de estado que desde muito vem criando suas ramificações com fortes ressonâncias nos países em situação de vulnerabilidade.
“A igualdade de oportunidades” é uma noção equívoca. Ela supõe que haja uma corrida para atingir determinado objetivo. Se todos pudessem alcançá-lo não seria necessária uma política educacional de democratização de oportunidades.  (GADOTTI, p. 97, 1986).

Dentro do Olhar de Freire está em libertar o opressor e o oprimido de um mesmo ser, desvelar aquelas situações que venham a ecoar a reprodução do poder e fortalecer aquela em que se mantém objeto do sistema. 
Os oprimidos, que introjetam a “sombra” dos opressores e seguem suas pautas, temem a liberdade, na medida em que esta, implicando na expulsão desta sombra, exigiria deles que “preenchessem” o “vazio” deixado pela expulsão, com outro “conteúdo” – o de sua autonomia. (FREIRE, p. 35, 1983).

Libertadora, pode vir de liberdade, libertário, líber livre, o que vem a ser o exercer de poder da autonomia mental necessária para objetivar-se na própria existência, assumindo a identidade única de cada ser e resgatar a sua essência assim como tornar-se sujeito de seus objetivos em vida.
O conceito de liberdade foi e é muito valorizado em determinadas ciscunstâncias  da história e em determinadas situações políticas, como a exemplo na França em sua revolução presenteou os Estados Unidos da América com a estátua da liberdade, mantendo os ideais burgueses da revolução francesa de “Libertè, Fraternitè e Equalitè”, que inspirou o positivismo e o neocapitalismo liberal que se mantém até os dias atuais fazendo eco a nossas existências mesmo que de forma mascarada ou tão natural que se instala como vertentes culturais a nos aprisionar em situações que  reproduzem a desigualdade social que facilmente notamos em nossa realidade brasileira em relação ao planeta.
Liberdade só vem a ter sentido e valor se olharmos para o aspecto da autonomia do indivíduo enquanto sujeito ativo na etica social.

Porém, onde está ela?

Segundo o professor Giuseppe Tosi[3] em um estudo retirado em um sitio eletrônico na formação da doutrina dos direitos humanos diz que se juntaram várias correntes de pensamento e de ação, entre as quais, as principais são o liberalismo, o socialismo e o cristianismo social.
O termo liberdade foi considerado desta maneira:
  1. Liberdade
A doutrina que funda os direitos humanos é a teoria dos direitos naturais, conhecida também como jusnaturalismo moderno que inicia com o filósofo inglês Thomas Hobbes no século XVI/XVII. As características principais do modelo jusnaturalista (BOBBIO; p.13-100, 1986). são as seguintes:
Individualismo. Existem indivíduos num estado de natureza anterior à criação do Estado civil, que vivem numa condição de igualdade diante da necessidade e da morte e gozam de direitos naturais intrínsecos, tais como o direito à vida, à propriedade, à liberdade.
O Estado de natureza. É o mito fundador do direito natural moderno. “E uma época real ou imaginária onde os homens viviam “naturalmente”, antes de formar uma sociedade civil organizada. Segundo Hobbes, 1983, citado em Bobbio, - os homens no estado de natureza viviam em uma condição de guerra permanente, cada um querendo os seus direitos e se chocando com os direitos dos outros . Por isso, é preciso sair do estado de natureza para formar o Estado civil, onde os direitos, teoricamente ilimitados, mas praticamente inviabilizados, seriam garantidos.

Liberdade então torna-se um conceito que implica em uma grande discussão complexa a respeito do modo em que vivemos, as repercussões que esta maneira de vida acarreta e de onde falamos particularizando as identidades.
Falar em liberdade envolve revelar uma teia de inter relações que não seguem uma ordem linear, que se mesclam a problemática de ordem crescente em relação aos acontecimentos, que envolvem concepções teóricas, paradigmas, multiculturas, crenças tradições, discursos tradicionalistas, modernos, pós modernos, a complexidade do ser perante uma sociedade complexa bombardeada por situações caóticas que invadem de forma descontrolada em nível desastroso. Uma existência de seres das mais diversas classes sociais dentro de um sistema capitalista desigual prestes a um colapso ambiental.
Levando a hipótese de que uma pessoa que nunca foi livre, liberdade pode ser inconcebível algo que não se pode ter noção do que possa vir a ser, e com esta visão, acredito que se encontram grande parte da humanidade.

O educador Paulo Freire trabalhou muito com este termo na tentativa de resgatar a falta de liberdade que vivia e continuamos vivendo ainda nesta “pseudo democracia” em que nos encontramos e questionando esta postura opressora e manipuladora do  Estado. Ele deu seu apelo ao restabelecimento do ser por completo.
Percebo que a liberdade só vem a ser reconhecida como força geradora, dependendo da situação que se vive:  física, mental, intelectual, financeira, partidária, religiosamente e principalmente a partir do momento em que nos libertamos do desconhecimento de nós mesmos em relação com o próximo.
É verdade que os tesouros de uma cultura são praticamente incomunicáveis a outra cultura. Há mais cultura differentes do que línguas diferentes. E as línguas já são incontáveis em nosso planeta, difícil obstáculo paura uma verdadeira comunicação e comunhão entre os seres humanos, reunidos pelo destino numa única e mesma terra. (NICOLESCU, p. 111, 1996).

Outro ponto que acredito ser de importância  é que não há apenas a liberdade individual, ela estende-se ao coletivo como um corpo único social.
Para se ter liberdade é preciso refletir de forma rigorosa para que ela não venha a ser mal compreendida. Percebo que há uma falsa liberdade no neoliberalismo por exemplo, uma demagogia neste termo como comenta Saviani: para se manter a opressão basta estar frequentemente falando de liberdade; o desvio do foco no discurso esvazia o conteúdo e este toma um caminho diferente da proposta teórica, colocando-se mais a favor das forças que manipulam o esquema de opressão. A liberdade está dentro do ser, como uma energia que não é possível mapear a não ser na intenção.
Como fundamenta Paulo Freire, Valter Machado da Fonseca[4] em um artigo eletrônico:
Para se falar de Paulo Freire é preciso alguns requisitos fundamentais. É preciso amar a vida, acreditar nas utopias, na transformação, numa sociedade mais justa e igualitária. Do mesmo modo, é preciso ter dentro de si a esperança, a ousadia, a coragem de enfrentar as adversidades do dia a dia e as repentinas; é preciso, igualmente, acreditar na integridade, na beleza, e no poder de transformação dentro do ser humano, principalmente daqueles a quem a vida fecha as portas, dos “demitidos da vida”, dos “esfarrapados do mundo”.

Liberdade é um valor ético, moral comportamental que envolve uma atitude do sujeito perante uma situação real dentro de uma concepção marxista de acordo com o pensamento moderno e do ponto de vista  do materialismo histórico, no reflexo do comportamento dos indivíduuos socialmente integrados em razão de sobrevivência através dos discursos sociológicos, políticos, ideológicos ou pedagógicos, e que onde quem não possui os meios de produção está sujeito a vender sua força de trabalho mediante oferta e procura que podem ser amplamente manipulados pela intenção dos proprietários dos meios de produção restringindo esta condição também aos meios educativos.
Do ponto de vista da educação o que significa, então, a promover o homem? Significa tomar o homem cada vez mais capaz de conhecer os elementos de sua situação para intervir nela transformando-a no sentido de uma ampliação da liberdade, da comunicação e colaboração entre os homens. Trata-se, pois, de uma tarefa que deve ser realizada. Isto nos permite perceber a função da valoração e dos valores na vida humana. Os valores indicam as expectativas, as aspirações que caracterizam o homem em seu esforço de transcender-se a si mesmo e à sua situação histórica; como tal, marcam aquilo que deve ser em contraposição àquilo que é. A valoração é o próprio esforço do homem em transformar o que é naquilo que deve ser. (SAVIANI, p. 41, 1980).

Tem-se daí dispostas classes distintas entre ricos e pobres que desempenham políticas de controle ideológico que mantem esta situação até que não se possa mais perceber a real importância da liberdade por se estar tão mergulhado e acostumado ao modelo de estado de prisão que não será capaz de distinguir a diferença, daí a necessidade do desvelamento do opressor em si mesmo e do oprimido de si mesmo.
No ponto de vista de Freire, dentro da dialética: Sua proposta se distingue pela contundência de sua crítica, pela sua luta inabalável contra a opressão e a dominação. Freire talvez tenha sido o único educador a propor e a pesquisar sobre um modelo educacional genuinamente brasileiro e libertador. Como sita em sua obra A pedagogia do oprimido e destaca na apresentação:
A nossa preocupação, neste trabalho, é apenas apresentar alguns aspectos do que nos parece constituir o que vimos chamando de Pedagogia do oprimido: aquela que tem de ser forjada com ele e não para ele, enquanto homens ou povos, na luta incessante de recuperação de sua humanidade. Pedagogia que faça da opressão e de suas causas objeto da reflexão dos oprimidos, de que resultará o seu engajamento necessário na luta por sua libertação, em que esta pedagogia se fará e refará. (FREIRE, p.32, 1983).

E constata que no ensaiar de uma - experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar. Assumir-se como sujeito porque capaz de reconhecer-se como objeto” (FREIRE, p.46, 1996). E deste reconhecimento problematizado nasce a liberdade e uma identidade de um sujeito que se objetiva e não mais é um objeto à deriva nas marés dominantes.
Dentro da concepção dialética na abordagem da luta de classes que  mantém a sociedade capitalista, transpor para uma sociedade mais igualitária mediante a tomada de consciência de objetos à sujeitos, capazes de transformar as suas próprias realidades,  libertando o opressor e o oprimido, pois, um oprimido só pode libertar-se se tiver consciência de ser oprimido, enquanto o opressor também só se libertará se tiver consciência de que oprime por ser oprimido e que precisa libertar-se do ser opressor que o oprime enquanto opressor.
O oprimido só conquistará sua liberdade se vier a tornar-se sujeito de sua história e tornar-se ser libertador porque dentro de uma dialética entre opressores e oprimidos não há neutralidade científica e passamos na neutralidade a fortalecer  algum lado e este lado é o do opressor.
O educador só liberta o oprimido se o próprio educador libertar-se primeiro porque como diz Paulo Freire, ninguem educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo. (FREIRE, p. 79, 1983).


Considerações

Foi importante este trabalho porque é educando que se aprende e é aprendendo que se ensina; compartilho da profunda sabedoria do grande mestre Freire e a sinto como sendo minha, muitas vezes, porque percebo a beleza revolucionária que um sentimento nobre pode emanar em seu contínuo processo de inacabamento. Se construímos um significado único e desejamos passar adiante é preciso que faça eco a outros entendimentos, porque nasce aí a relação entre os seres que desejam a paz, pois, nasce exatamente na escolha entre fazer a guerra e fazer a paz. O estopim para a ruptura com o paradigma da opressão à aquisição de uma maneira liberta de existir.
Se optarmos pela mudança atingiremos a ação transformadora com a nossa vivência ativa no mundo. Ativar e fortalecer o diálogo ao invés da truculência da guerra.  
Afinal, existir plenamente no mundo, é aprender a pronunciá-lo e para existir entendimento há de existir o diálogo de forma dialética, afinal a luta de classes já foi superada, precisamos agora somente compreender  que a paz consiste num enorme valor.

  
Referências bibliográficas

BOBBIO, Norberto; A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992.

DEMO, Pedro, Educação e Desenvolvimento, Editora Papirus, 1999.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda; Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 4 edição Curitiba,  Editora positivo, 2009

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 13ª ed., Rio de Janeiro, Editora Paz e Terra, 1983.

________Educação como prática da liberdade. 17ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra,1979.

________Pedagogia da Autonomia. 25ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1996. 

GADOTTI, Moacir; Educação e Poder Introdução à Pedagogia do Conflito, 7 ed, São Paulo Editora Cortez, 1987.

________ Escola Vivida, Escola Projetada, Campinas SP, Editora Papirus, 1992.

________ 40 olhares sobre os 40 anos da Pedagogia do oprimido, Cadernos de formação 1; 1 Ed. São Paulo, E.D.L Editora Livraria instituto Paulo Freire, 2008.

GALEANO, Eduardo; As Veias Abertas da América Latina, 22 edição, Rio de Janeiro, Editora Paz e Terra,  1986.


HOBBES, Thomas; Leviatã, ou matéria, forma e poder de um Estado Eclesiástico e Civil, 1651. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

LIBÂNEO, José Carlos; Pedagogia e Pedagôgos Para Quê?, 10 edição, São Paulo Editora Cortez, 2008.

LOCKE, John; Segundo tratado sobre o governo, 1689-1690. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

NICOLESCU, Basarab; O Manifesto da Transdisciplinaridade, 2 edição São Paulo, Ed. Trion, 2001.

SAVIANI, Dermeval; Educação: Do Senso Comum à Consciência Filosófica, 1 ed. São Paulo, Editora Cortez, 1980.

________ Escola e Democracia, 20 Ed., São Paulo, Editora Cortez, 1988.






[1][1] Verbete elaborado por Dermeval Saviani

[2] Mario Sérgio Cortella, Filósofo, professor titular da PUC-SP, doutor em Educação, orientado por Paulo Freire, com quem atuou na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e a quem sucedeu no cargo (1991-1992).

[3] Giuseppe Tosi é Professor do Departamento de Filosofia e membro do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da Universidade Federal da Paraíba. Doutor em Filosofia pela Universidade de Pádua, Itália.

[4] Valter Machado da Fonseca, é Técnico em Mineração, Licenciado em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia (MG) e Mestrando em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia  FACED/UFU/CAPES.

Nenhum comentário:

Postar um comentário