sábado, 9 de julho de 2011

TCC Caterina Casaretti e Regiane Elen


                            

FACULDADE DE EDUCAÇÃO THEREZA PORTO MARQUES













O VÍDEO COMO RECURSO E INSTRUMENTO PEDAGÓGICO DENTRO DE UMA CONCEPÇÃO AUTÔNOMA

Uma Pedagogia Audiovisual Orientada Conforme o Novo Paradigma Educacional












CATERINA CASARETTI

REGIANE ELEN DA ROCHA












Jacareí
2011




FACULDADE DE EDUCAÇÃO THEREZA PORTO MARQUES








O VÍDEO COMO RECURSO E INSTRUMENTO PEDAGÓGICO DENTRO DE UMA CONCEPÇÃO AUTÔNOMA

Uma Pedagogia Audiovisual Orientada Conforme o Novo Paradigma Educacional








CATERINA CASARETTI
REGIANE ELEN DA ROCHA








                                                                                     Trabalho de Conclusão de Curso (TCC),
                                                                                     Apresentado ao Curso  de Graduação  em
                                                                                     Pedagogia, da   Faculdade  de   Educação
                                                                                     Thereza  Porto   Marques, para  obtenção  
                                                                                     da Licenciatura Plena.






Jacareí
2011


VÍDEO COMO RECURSO E INSTRUMENTO PEDAGOGICO DENTRO DE UMA AUTÔNOMA

Uma Pedagogia Audiovisual Orientada dentro do Novo Paradigma Educacional


por:


Caterina Casaretti

Regiane Elen Rocha









Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Pedagogia  (Licenciatura Plena)  da Faculdade de Educação Thereza Porto Marques.


Banca Avaliadora:


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Prof.

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Prof.








Jacareí
2011











DEDICATÓRIAS












A Déa Maria Sodré Simões, Carlo Casaretti, o grupo The Beatles, ao Cartola,

a Jorge Mautner, às professoras, Maria José Eras Guimarães e Ivani Catarina

Arantes Fazenda, a Paulo Reglus Neves Freire na qualidade de serem pessoas

iluminadas que me abriram as portas de um novo paradigma e me ajudaram a

construir os meus caminhos à Pedagogia.

E finalmente aos meus amigos de trabalho o Querido Guedes e Querido Ivã por nos mantermos vivos através do cinema itinerante.















DEDICATÓRIAS









A Maria Eunice F. da Rocha,
Raul C. Rodrigues da Rocha (em memória),
a Rafaela da Rocha França,
Ana Lúcia P. Lopes,
Maria José Eras Guimarães,
Ruy César do Espírito Santo e Edgar Morin.


























AGRADECIMENTOS





Ao grande Pai Celestial, o inominável, à grande Mãe Gaia e a todos os seres celestiais,

animais e plantas, ao povo que se mantém fiel à lucidez e à realidade e à todas as tribos

guerreiras a favor da paz entre os seres, a minha mais profunda saudação.

Aos meus queridos pais, minha família, pela formação ética e moral que me

proporcionaram,

sem as quais não teria tido indignação e reflexões suficientes à idealização e

desenvolvimento do presente trabalho.

A todos os professores e em especial ao professor Carlos pela sua gentileza de ser, ao

professor Fausto por ser honesto historicamente, à professora Maria José pela sua

humildade

finíssima, à professora Arlene e Maria Helena, pela doçura, à professora Elenice por

nos tornarmos, “as amigas Paulo Freire”, à professora Maria Isabel, Gláucia, e Cristina Quina pela  simpatia e

competência, à Evelise, Denise e Piedade por aprendermos a conviver, à Silvia, pela sua

alegria, às professoras Célia, Maerinete e Terezinha pela tranqüilidade, à professora Ivani Fazenda e ao grupo

GEPI, pela ressurreição a cada dia, aos meus alunos de todos os dias, além de todos aqueles que me alfabetizaram assim

como tantos outros que comigo estiveram em minha trajetória, como professores da vida.





A todos os seres que mesmo sem compromisso algum ajudaram em minha evolução como

pessoa, nas situações mais adversas em que nos encontrávamos, um abraço gratuito e a

esperança de que em algum dia possamos vir a desfrutar de relações mais fraternas entre

todos os espíritos que habitam neste planeta.

Aos funcionários da Secretaria, Biblioteca, Informática e Limpeza da FAETEC,

pela atenção e presteza com que sempre atenderam às minhas solicitações especialmente à

Angelita e Nelson! E à Sueli por sua presteza exemplar, assim como á Maria, Bernardina,

João, Ives, Vetriz, Cláudia, Raquel, Rosangela, Azul, diretores, coordenadores e colaboradores, alunos do Verdinho, as amigas

Isabela, Regiane, Pamela, Érika e Graça, de todas as horas.

A todos os meus queridos colegas de sala que comigo conviveram mesmo em meio a

enormes divergências e nos suportamos em nome da evolução de nossas consciências, inconsistências  e ideais

sendo mestres uns aos outros para aproximarmos da maestria de nós mesmos.






























AGRADECIMENTOS





A minha Família pela educação formadora.
A minha filha Rafaela pela compreensão e doçura.
Ao tio Carlinhos pelo apoio.
Ao professor Carlos pela sua paciência e ao professor Fausto
pela formação e por ampliar nossos horizontes.
A Maria José por nos mostrar o caminho e
A todos os professores que nos acompanharam nessa caminha de formação de pessoas.
A professora Ivani Fazenda e ao grupo GEPI pela busca da cura através do conhecimento.
Ao meu amigo Adriano T. Amorim por estar sempre me incentivando e me ajudando a refletir sobre mim mesma.
A minha amiga Caterina Casaretti por proporcionar momentos de experiências e conhecimento.
A todos os meus colegas de sala pela amizade.
A professora Rosemary que me ajudou nessa caminhada.

















EPÍGRAFES







(“...) a prática educativa como um exercício constante em favor da produção e do desenvolvimento da
autonomia de educadores e educandos”.

(FREIRE, 1996, p. 164)





































“A improvisação é um milagre que só engana quem desconhece a técnica necessária para as práticas
criativas. Consideram a inspiração como um circunstância extraordinária, um estado hipnótico
que dispensaria, de certa forma, toda diligência material. Na verdade, é necessário acabar com
essa lenda do artista inspirado que vive fora do mundo. O criador é responsável pela sua criação.
Deve colocar sua lucidez a serviço de uma realização rigorosa, respeitando a lógica, a dinâmica e
os imperativos técnicos. A improvisação reduz-se a um tipo de sensibilidade para as exigências do
momento, que quando se trata, por exemplo, de modificar alguma coisa de última hora, no último
minuto. Em resumo, a improvisação só existe em relação ao detalhe. No que diz respeito ao conjunto,
o trabalho deve ser conduzido com precisão matemática”.

(Federico Fellini, in Whoghgelmuth, p. 8 2005.)



























RESUMO




                    A falta de uma interpretação mais aprofundada dos métodos existentes e na ordenação de suas transposições didáticas, elevam-se muitas vezes às disputas ideológicas que pretendem a manutenção de estruturas sociais desiguais hierárquicas utilizando-se como estratégia de manutenção da ordem artimanhas que embaralham os níveis sociais e ainda, os mantém em constantes modificações superficiais e de níveis que “curvam a vara” parafraseando os conceitos de Saviani em Escola e Democracia, onde faz análise de um trecho do discurso de Lênin para desvelar seu raciocínio em relação à dialética acadêmica, descrevendo-o como o popularmente, “o virar a casaca”. Na evidencia de como são modificadas as estruturas e revelando o que vem acarretando no surgimento de fenômenos, como os do fracasso escolar, descaso intelectual e a evasão, perpetuando assim, situações ainda mais conflitantes e graves como os de degenerescência social em diversos níveis e aspectos comportamentais culturais e ou cognitivos, pertencendo às ordens públicas ou privadas, aos diferentes níveis de ensino participantes, de maneira formal ou informal; problemas como os de motivação que acarretam na indisciplina pela razão de não vir a conseguir projetar no hoje, um futuro dialético para uma educação compatível com a nossa atualidade que aponta aos problemas na ordem da complexidade. Surge um questionamento inevitável a ser feito diante a todo este processo: o que se pode fazer para se obter melhores resultados obedecendo a critérios formativos e não só mediante o processo formativo, observando-se também a plenitude desta formação, se utilizando de recursos simples aliados à posturas adequadas de atitudes nas transposições didáticas ampliando assim, o objeto da cidadania, para o ser sujeito no ato educativo. Em nossa busca em construir sentidos diferentes daqueles a que fomos acometidas (os) a percorrer em nossas formações, tradicionais, e partindo de uma realidade de educadoras (es) em formação, que vieram de um ensino público precário e por vezes à mercê das políticas utilitaristas que até então, se nos utilizavam aqui, para as suas manobras utilitaristas, enfim, hoje analisamos aqui os nossos papéis de observadoras e também a de objetos observados, respeitando a interdisciplinaridade inerente a cada ser sutil, sendo-nos ao mesmo tempo objeto e sujeitos, em busca de nossa identidade lingüística. Problematizamos aqui, a nossa formação e o fruto desta observação é a nossa própria formação através de nosso olhar, a nossa intervenção acadêmica, através de nossa pesquisa. Assim damos início à construção trôpega como identidades lingüísticas a serem desenvolvidas nesta monografia. Hoje, temos em mãos para estudo, as pesquisas científicas sobre a energia, e é possível então refletir sobre a simultaneidade de um posicionamento em diferentes espaços ou tempos. Sabemos que foi exatamente estes estudos que levaram a física clássica perder posição para a física moderna, a física da relatividade quântica. Adentrando-nos neste complexo da humanidade onde o observador é ao mesmo tempo objeto observado e interfere com a sua observação reagente, agentes e transformadores de conteúdos.Temos aqui um sentido comum a ser percorrido, porém tão somente quando se compreende que para conduzir-se ou conduzir alguém é preciso antes de tudo amar-se e amá-los. É deste amor incondicional ao próximo, que procuramos dar início aqui, as nossas buscas de significação interior em todos os instantes sagrados de nossas existências enquanto educadoras, em busca de um retorno àquilo a que fomos separadas ou simplesmente esquecemos pela falta de estímulos. Tais habilidades que viriam hoje a nos servir somente quando fossemos servir ao outro e que, nos dariam sentidos ao uso do nosso conhecimento e da nossa identidade, uma certa competência emocional. Como metáfora deste processo poderíamos dizer a chave de nós mesmos, nós, ao construí-las as utilizaremos para que possamos abrir nossas percepções. Se o conhecimento abre portas e se não construímos chaves que se encaixem nestas fechaduras como desfrutaremos daquilo que nos é sagrado cuidar, a nossa integridade de sujeitos?

Palavras chave: transposições didáticas; interdisciplinaridade; formação; habilidades; identidade lingüística.


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SUMÁRIO

                          
                                               


 











INTRODUÇÃO




                    Para uma educação compatível com a nossa atualidade que nos mostre os problemas na ordem da complexidade, e, diante de todo este processo, o que podemos fazer para obter melhores resultados observando a plenitude do sujeito que se forma, é preciso apontar para a algumas hipóteses já observadas por grandes teóricos da educação.
              
                    Percebemos que a maior importância deste processo vem a ser a desmistificação dos roteiros educativos ao momento em que elevem o grau do estudo ao âmbito do currículo e estamos neste ponto, afinados aos do teórico Paulo Freire, pela luta incessante em favor das integridades dos sujeitos enquanto seres em construção sofrendo situações caóticas e, portanto, complexas, como fica evidente na sua rigorosidade enquanto integridade ética a ser desenvolvida.

                   Cooperar para uma qualidade de vida e sustentabilidade harmoniosa e plena que se estimule como menciona em seus estudos, Sant´Anna, que o educador deverá estimular todos os sentidos do educando para que venha a ter um resultado satisfatório.

                   O presente trabalho tem como objetivo geral contribuir com educadores quanto à política de transposições didáticas mais eficazes, que respeitem a construção crítica e, como objetivo específico, romper com o paradigma clássico indo de encontro à teoria da equivalência global e ecossistêmica da sustentabilidade. De grande valor à comunidade científica, ao estudo da educação e na contribuição para a autonomia de sujeitos rompendo com posturas obsoletas ainda ativas nas instituições na ordem estrutural em políticas das instituições sejam elas privadas ou públicas. O trabalho vem focalizar eventuais respostas para a faculdade de Pedagogia Thereza Porto Marques, escolas públicas do ensino médio e fundamental em Jacareí, SP, a favor de uma expansão da educação dialógica dentro de uma realidade “tecnocomunicativa” emergente, mantendo a interdisciplinaridade dos conteúdos.

                  Acrescenta à comunidade da ciência pedagógica caminhos para uma educação significante e atual que possibilite uma construção de identidades sociais nas comunidades ao incluí-los na leitura de mundo discutindo os novos paradigmas emergentes contribuindo assim com modelos mais salutares em relação ao tradicionalismo científico clássico.

       No contexto de dar autonomia aos indivíduos, onde autonomia não é vista como o processo do integrar da norma, e sim, no adquirir uma autonomia na construção de sua identidade histórica.

                Observa-se o objeto de estudo possuindo diversas fontes primárias e secundárias além dos referenciais teóricos existentes onde foram procuradas concepções que embasassem e pudessem demonstrar atendimento às recomendações necessárias ao estudo em questão. O instrumento de pesquisa utilizado para a verificação consiste no cruzamento de dados, por possuírem uma grande fidelidade através de extensa análise de textos, resumos e busca aos  referenciais para a posterior observação. Os dados coletados foram tratados, organizados e analisados através dos cinco passos de Herbart e de Kuhn mediante uma interpretação dialógica e autônoma do processo e decorre o presente trabalho nos métodos dedutivo-dialético traçando paralelos por se tratar de possuir dois eixos em questão: romper o paradigma, e aplicar sua nova expressão interdisciplinar. O embasamento teórico do trabalho obteve-se a partir da busca e localização, tanto na literatura sobre educação audiovisual como na literatura e em outras áreas de interesse, de contribuições sobre: a interdisciplinaridade; inclusão; avaliação; didática; direitos humanos; dignidade humana; ética entre as demais aplicações.

                   A base teórica deste trabalho se fundamenta nos estudos de Ferréz, Sant´Anna e Whohgelmuth entre outros autores que compartilham as mesmas linhas de pensamento e de ação prática. No capítulo 1, fazemos uma breve introdução histórica das T.I.C.s, (Tecnologias de Informação e Comunicação) e sua utilização pedagógica; as reflexões necessárias sobre o tema e introdução ao desenvolvimento propriamente dito; no capítulo 2, vem a explanação a respeito do novo Paradigma e de como vem a ser o ensinar no século vinte e um, o ato pedagógico na sala de aula e suas aplicações interdisciplinares e avaliativas; no capítulo 3, perpassando o rompimento com o paradigma clássico para adentrar ao paradigma quântico emergencial na educação; em considerações finais optamos pelo fechamento no inacabado como ponto de partida a um posterior trabalho de pesquisa a ser novamente retomado em forma de artigo a acadêmico-científico.















 







                                                                  CAPÍTULO I






                  
                  Segundo Whohgelmuth (2005), a etapa do desenvolvimento da comunicação humana é dividida em quatro grandes momentos sobrepostos onde cada etapa é caracterizada pelo uso de novas formas de comunicar e que sempre transformam a sociedade. Em primeiro momento temos a etapa da exteriorização do corpo através de gestos, a comunicação impessoal (única), em segundo temos as linguagens de transposição como o desenho, ritmo, música escrita e fonética; em terceiro está a amplificação com a imprensa, o satélite e a rede de informações na era da comunicação de elite; em quarto retornamos à era da comunicação individual porém com todos os itens anteriores acoplados.
     
                  Whohgelmuth, nos apresenta através de sua pesquisa que desde as primeiras pinturas nas cavernas, se disseminou pelos continentes uma forma de história e de comunicação visual, - A mais antiga linguagem do ser humano é audiovisual e discorre sobre a produção de uma pedagogia audiovisual que eleva os princípios de autonomia e destaca que se utilizando de uma boa interpretação dos métodos e instrumentos compatíveis existentes é possível que esta interpretação revele um modelo eficaz.

                 Trataremos do conceito da complexidade sabendo que muitos teóricos já dissecaram  o conceito de maneira enciclopédica, porém, o que é importante para nós é ter em mente a compreensão de que existem estruturas simples e complexas e que para se compreender uma categoria complexa é preciso antes compreender categorias mais simples, como explica Piaget em seus estudos sobre a maturidade biológica e emocional, onde o sentido está em uma complexidade crescente que perpassa por desequilíbrios e reequilibrações para acomodar o assimilado e compreender a continuidade de um estudo. É preciso antes desenvolver as imagens mentais que servem como gatilho para o próximo conhecimento a ser adquirido seguindo uma proporção geométrica fazendo aqui uma analogia a espiral do conhecimento histórico complexo e rudimentar existente porque contém em si o contraditório e o aleatório em probabilidades. Para refletir sobre a história da era relacional, resgatamos alguns pontos importantes que nos situam aos acontecimentos existentes de uma época.
             
              
                Um ponto muito importante a ser tratado é situar-se nas ondas evolutivas da humanidade, citando a terceira onda de Alvin Tofler, - A humanidade experimentou até hoje duas grandes ondas de transformação, tendo cada uma delas sepultado culturas e civilizações precedentes (...). A primeira onda de mudança - a revolução agrícola – levou milênios para se desenvolver (...) a segunda foi o nascimento da civilização industrial (...) agora avança de forma mais rápida ainda, sendo possível que a terceira onda invada a história aperfeiçoando-a em poucas décadas. (apud in Ferrés, p. 8, 1996).

                 O teórico, Ferrés (1996), autor de estudos sobre a vídeo-educação que aponta outro detalhe muito importante para acrescer nossas observações é a de - Neste estudo procuro o objetivo de tomar consciência das causas determinantes de uma urgente modificação em relação a posturas do mediador em relação ao uso do vídeo nos processos educativos. - para se adequar às radicais mudanças sociais que geraram um novo tipo de pessoa. (FERRÉS, p, 5, 1996).

              Para todos, percebê-lo-íamos como integrantes de uma única realidade existencial comum. Uma alteração interna de postura perante o mundo, que permita entender a atuação interdisciplinar e compreendê-la como um resgate de um caminho fragmentado a percorrer, dadas as dificuldades e complexidades atuais que envolvem particularmente a todos os seres vivos na ordem planetária.
        
              Como nos exemplifica Férres: - as invenções tecnológicas provocam mudanças culturais, as quais, por sua vez, geram mudanças na estrutura social. Woghgelmuth explica a respeito do nascimento do modelo de comunicação radiotelevisivo conhecido como I-M-R: O modelo de comunicação rádio-televisivo é conhecido como I-M-R, Interlocutor-meio-receptor, que surgiu no exército durante a Segunda Guerra Mundial como instrumento para comunicar às tropas os comandos desejados; mediante a hierarquia, não necessitava e/ou possuíra retroalimentação (retorno) e através do rádio, os aliados usufruíam de codificação e decodificação criptográfica para que informação não caísse no ouvido dos inimigos. (WOHLGEMUTH, p.17, 2005)

             Já o tipo retroalimentação deriva do modelo I-M-I: modelo I – M – I, que coloca em contato interlocutores utilizando instrumentos de comunicação. Os sistemas universais de educação e capacitação popular baseiam-se em decisões individuais e parte dessa temática está enraizada no processo cultural. (WOHLGEMUTH, p, 17-18, 2005.) Hoje, estamos na era da reflexão retroalimentativa horizontal e participativa, ou seja não hierárquica, o I-M-I interlocutor-meio-interlocutor auxiliam a verdadeira comunicação entre os seres. Como explana Luhan (1972):

              Os meios de comunicação, transformando o ambiente, fazem surgir em nós relações únicas de percepção sensorial. A extensão de um sentido qualquer transforma nossa maneira de perceber o mundo. Quando mudam tais relações o homem se modifica, conforme Luhan (1972).
              Para não sermos atropelados pela própria comunicação e perdermos a nossa respeitabilidade enquanto profissionais da educação precisamos adequarmo-nos aos novos tempos e as tecnologias disponíveis de forma a sempre termos espaço de aplicar a nossa arte enquanto ofício pedagógico já que as tendências tecnológicas modificaram essencialmente as relações com a aquisição do conhecimento, como fica claro para Freinet  (1974). A imagem é hoje a forma superior de comunicação. E,contrariamente ao que se tem acontecido com a escrita e com o livro, que não tem conseguido substituir a linguagem, hoje, estamos diante de uma técnica que trata apenas de uma elite ou de uma minoria de privilegiados ou de especialistas que se vê afetada por esse fato, mas da massa do povo, da humanidade, já que serão nações inteiras as que passaram, talvez, da cultura da palavra à cultura da imagem sem passar pela etapa intermediária da escrita e do livro.

               Claro ao pensador Paulo Freire que em muitas de suas obras nos evidencia o objeto político no ato educacional e que os interesses servem a quem financia as estruturas de poder que mantém uma educação imposta e hierárquica, fragmentada e que portanto, no decorrer deste tipo de formação as consequências deste processo são justamente o que a escola deveria atribuir como prioridade no ensino. Parece paradoxal, mas, é totalmente observável e para facilitar este entendimento à critério de exemplo cito o periódico Ensino Superior, onde Luciano Velleda nos posiciona da seguinte maneira: Filhos da revolução digital (...) Um importante ponto de partida para entender o comportamento dos adolescentes de hoje é o contexto social da revolução digital. O processo, de fato, está em curso há algumas décadas e o que se vê atualmente é o crescimento de uma geração imersa, desde o seu nascimento, numa avançada expansão tecnológica, cujos efeitos são amplos e, de certa forma, ainda imprevisíveis, constata Velleda (2010).

                 Imprevisíveis tanto por parte de alunos como por parte de professores que sofrem o mesmo processo em sua formação. Saltando a uma análise epistêmica sobre “palavra”, Paschalin e Spadoto, em Gramática definem “palavra” como sendo um símbolo criado pelo homem para representar o seu mundo, e que a língua é um fenômeno social à disposição das pessoas que compõem a comunidade; já a fala é a utilização da língua pelo falante e que existem níveis de fala e a mistura entre os níveis de fala e de compreensão é responsável por muitos conflitos entre situações sociais, e que também nos parece evidente em “a ordem do discurso de Foucault (1998) suponho que em toda sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de procedimentos que tem por função conjurar seus poderes e perigos, dominar seu acontecimento aleatório, esquivar sua pesada e temível materialidade.

                 Outro salto agora, ao famoso livro chinês das sombras móveis vindo a ser o precursor do cinema, mas, oficialmente é a pesquisa de Peter Roget que em 1824, em seus estudos científicos vem a descobrir o fenômeno da persistência da retina que deu vida à idéia de cinema.Thomas Alva Edison, em 1894 apresenta à comunidade científica o seu Cinetoscópio,que permitia ver individualmente 15 segundos de filme. Coube aos irmãos Lumière em1895 em Paris, a construção do cinematógrafo que possibilitava filmar e projetar. George Mélies, um mágico, antevendo o sucesso que o cinema poderia ter, apresentou-se aos irmãos Lumière, interessado em comprar a patente da invenção. A resposta que recebeu não foi a mais esperançosa: “esta invenção não está à venda, aliás, para você seria a ruína, só pode ser explorada por pouco tempo como uma curiosidade científica, pois, fora disso, não tem futuro comercial.” Mélies montou, entretanto a primeira empresa para a produção de filmes, a Star Films. Daí em diante o cinema transforma-se numa mega indústria.




                  Para Wohlgemuth (2005), a era da amplificação corresponde à era da imprensa e a última, a da comunicação a que nos encontramos, e que está em seu auge neste momento. Explica que ao passar pelas revoluções da imprensa e do cinema, tem-se hoje, uma invasão de tecnologias
de comunicação em massa, aplicadas à educação, como o vídeo, a TV, mídias móveis como o celular, entre uma infinidade de meios de comunicação e tecnologias aplicadas, à internet e jogos virtuais que aglomeram verdadeiros clãs de adoradores.


                  Participando enfim das reflexões e discussões existentes sobre as novas descobertas científicas que auxiliam na construção do paradigma educacional emergente já detalhado por Maria Cândida de Moraes em relação às T.I.C.s em sua obra, O paradigma educacional emergente, segundo a autora as tecnologias expandem caminhos para a reflexão das condutas de comportamentos, no âmbito da formação e de suas práticas.

                   Hoje nos periódicos mais comuns tem-se a confirmação: “A tecnologia tem um papel importante no desenvolvimento de habilidade para atuar no mundo de hoje”, afirma Lotito (apud Polato, 2009).

                   Atuar no mundo de hoje, e como é atuar no mundo de hoje? Continua-se hoje um processo de ensino que não contribui para uma relação educacional verdadeira, as tecnologias que já participam no auxílio do trabalho pedagógico, são trabalhadas de forma estanque onde há um modelo que, ao invés de construir cidadãos críticos, formam numa concepção bancária levando a um fenômeno de degenerescência social. No artigo Educar Para que..., da equipe, Mundo Jovem, problematizam: (tecnologias de informação e comunicação). Basta, portanto, olhar hoje para o mercado de trabalho, para confirmar que a educação não acaba nunca. Se alguém não está disposto a sempre aprender mais, acaba ficando para trás.

                   Visto que o presente trabalho tem como objetivo geral, contribuir com educadores quanto às políticas de transposições didáticas de uma maneira eficaz que se respeite a construção crítica do ser e, como objetivo específico, romper com o paradigma clássico, indo de encontro à teoria da equivalência global ecossistêmica e sustentável, para tanto, faz-se necessário uma reflexão:

                   A crise na educação tem raízes estruturais e se formou uma objetividade nas suas várias manifestações de confrontos metodológicos, gestão, formação e baixa qualidade. As crises não diminuem porque os problemas sociais se agravam (...), constata Longman (2002)

                   Temos aqui presente um efeito “bola de neve” de proporções descontroladas onde gerações inteiras sofrem de uma amnésia educativa porque simplesmente eles não foram realmente educados, no máximo, foram confinados a atividades despropositais e sem nenhum gancho com a realidade e é apenas um número que será instrumentalizado dentro de um jogo de poderes, como ressalta Freire sobre o homem moderno:

                   Não sabe o que quer, o que pensa e sente. Ajusta-se ao mandado de autoridades anônimas e adota um eu que não lhe pertence. Quanto mais procede deste modo, tanto mais se sente forçado a conformar a sua conduta à expectativa alheia. Apesar de seu disfarce de iniciativa e otimismo, o homem moderno está esmagado por um profundo sentimento de impotência que o faz olhar fixamente e, como que paralisado para as catástrofes que se avizinham, afirma Fromm (apud Freire, 1980).

                   Outro teórico da educação que fez uma linda analogia ao assunto em seu livro O renascimento do sagrado na educação, o professor Ruy César do Espírito Santo da PUC- SP, representa os adolescentes sendo educados como se fossem cachorros não sabendo que na verdade são leões. O que percebemos com base nas observações gerais pessoais e fundamentadas é que, nos dias atuais há uma fragmentação tão grande do conhecimento que fica impossível ao cidadão comum compreender o todo à que pertence. Agora com as novas descobertas, constata-se que a ciência moderna nasce de um processo de ruptura em relação a antiga visão de mundo, fundamentada numa separação entre indivíduo conhecedor e a realidade tida como independente do indivíduo que a observa e vem estabelecendo 3 postulados :

                   1. A existência de leis universais, de caráter matemático.

                   2. A descoberta destas leis pela experiência científica.

                   3. A reprodutividade dos dados experimentais.

                   E como revela Basarab (2001), também a respeito da atitude: é necessário agir com rapidez, agora. Pois amanhã será tarde demais.  O que preconiza um aceleramento das variáreis destrutíveis em grau planetário por estarmos vivendo um momento de colapso ambiental institucionalizado pelas políticas que não preservam o meio ambiente a ponto de danificá-lo irreversivelmente; conceitos que fortalecem a lei do mais forte, e no convívio social, refletem em políticas autoritárias que não fortalecem a democracia e esta por sua vez, esconde numa maioria uma minoria nunca ouvida enquanto vence uma maioria, porém, é mediante um olhar complexo que se há de perceber a democracia como sendo orgânica, que fortaleça o respeito e cultivo de situações harmoniosas entre os homens e o ambiente e entre o homem e outros homens no sentido de gênero humano.

                 Vem daí a rigorosidade de todo um processo de auto conhecimento, auto avaliação e integração de fragmentos soltos e sem sentido através do link da interdisciplinaridade assim como fica evidente que não poderemos mais utilizar o significado de coisa alguma por  se  manter em construção permanente e portanto, não se poderá utilizar como luz guia de nosso conhecimento porque não podemos desprezar as intempéries do presente o que não foge ao processo de planejamento detalhado.

 

* O Problema da Falsa Neutralidade Científica dentro da Sala de Aula



              Segundo Libâneo (2008), o péssimo nível de qualidade de ensino, e acredita que o problema seja porque muitos não terem compreendido que a própria ação pedagógica dentro das escolas e das salas de aula era também uma luta política. Porque partem do princípio de que “a pedagogia é uma reflexão teórica a partir e sobre as práticas educativas” – ainda ressalta que – o Brasil viveu 21 anos de ditadura militar, cujo impacto político e social afetou vários campos, mormente o da educação.  Junto a essas dificuldades, é visível que a profissão de pedagogo, como a de professor, tem sido abalada por todos os lados: baixos salários, deficiências de formação, desvalorização profissional implicando baixo status social e profissional, falta de condições de trabalho, falta de profissionalismo etc.
                
              Esses fatores, por sua vez, rebatem na desqualificação acadêmica da área, fazendo com que docentes e pesquisadores de outras áreas desconheçam a especificidade da pedagogia, embora a critiquem. Ainda completa: Acrescente-se que, de modo geral, esses estudos ao irem direto para sala de aula, espaço fundamental da docência, ignoram os determinantes institucionais e sociais do ensinar, ao não procederem à articulação, na formação desses professores, dos saberes da docência – os pedagógicos, os de experiência, os das áreas específicas. A atividade docente, como sabemos, se reduz a um deles, a sala de aula e essa redução, em certa medida, é responsável pelos resultados de fracasso escolar.

         Neste entendimento fica notório observar máximas como as descritas nas atividades éticas escritas na Carta da Terra: (...) o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. (Carta da Terra), como resgate de nós mesmos num sentido comum.

              Percebemos que: como educadores somos chaves fundamentais de um processo de identidade cultural de indivíduos e que é notável não estar só no valor estrutural e sim no conteúdo humano, que na medida em que nos utilizamos, mesmo que seja de recursos simples ou precários, aliadas a uma real interpretação dos instrumentos que já são utilizadas e que facilitam a relação entre professores e alunos por equalizarem suas distâncias, tenderíamos a evoluir a um nível de pensamento num padrão mais ecossistêmico até nas transposições didáticas, sendo este um ponto crucial para a obtenção da qualidade de vida a todos.

Este valor passa a ser imprescindível para que possamos realmente adquirir um nível social elevado no sentido qualitativo onde como exemplo da premissa está em adquirirmos a consciência de que somos todos integrantes de um mesmo sistema e que o dano gerado a outrem infere sobre nós mesmos, sensivelmente até mesmo na ordem de pensamentos e ações.

              Na consecução para se elevar esta relação social fica claro o que Paulo Freire notabilizava como necessárias modificações dos papéis, de professor à pesquisador como elo de ligação entre o potencial em construção do aluno ao conhecimento em foco, mediante caminho percorrido e problematizados a ponto de situar-se-lhe em sua realidade propondo-lhes os pontos de observação para ambos, tanto aluno quanto professor através do processo educativo cooperativo, formativo e autoavaliativo onde o erro é, claramente, um erro construtivo verdadeiramente.





*  Como o professor na era digital e relacional intrapessoal, diante da nova cidadania global aprende a ensinar de maneira retroalimentativa e dialógica?



            Na sala de aula, o vídeo-celular, como solução doméstica na forma de gancho introdutório dos conteúdos mediante processo de criações coletivas. O que vai de acordo com a teoria de Freinet e suas invariantes pedagógicas e que outros autores fortalecem: “a social ou cultural, sendo indispensável uma busca do conhecimento de forma dinâmica, interativa em que atitudes, hábitos, habilidades, crenças, sejam definidos como formação humana, consta Sant’Anna ( 2004).

Até porque se não nos antenarmos da necessidade do ousar a mudança estaremos nos confinando a um futuro bestial e involutivo, afinal não precisamos nos esforçar muito para visualizar mentalmente o estrago atribuído pela falta de objetividade dentro de um processo que envolve a todos os que pertencem à nossa comunidade de forma direta ou indiretamente.  Observando este trecho teremos mais clareza: Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda, observa Freire (1996,).


* O que queremos para a educação do futuro?



           Cooperar para uma qualidade de vida e sustentabilidade harmoniosa e plena que se estimule como menciona em seus estudos, Sant´Anna, que o educador deverá estimular todos os sentidos do educando para que venha a ter um resultado satisfatório.

            Antes de pensarmos na Educação do futuro penso que deverá existir futuro para que exista a suposta educação e mesmo terá que existir as famosas imagens mentais que proporcionam o elo com novos conhecimentos de maneira propedêutica porém aleatória. Partindo do presente onde o que existe realmente é o percurso, trabalhar conceitos de cidadania global participando como atuante deste processo de integração mundial na rede da internet viria nesta integração uma esperança salutar a ativação dos sujeitos na ordem do dia.

             Se o foco de atenção da aprendizagem do futuro é a imagem como caminho da leitura: precisamos nos adaptar de forma a ter sempre em base de nosso olhar o desvelamento dos aparelhos ideológicos da máquina, o que vai de encontro a uma educação crítica dos conteúdos Como diz Ferrés: Nossa visão de mundo, da história e do homem está intimamente ligada à visão imposta pelos meios de comunicação. (FERRÉS, p. 9, 1996.) e me parece praticar o efeito inverso uma maneira de desvelar o processo ideológico já que na medida em que o aluno se apropria da construção de uma ideia, ele terá de trabalhar todos os recursos envolvidos num processo que se forma em comunhão com os outros integrantes deste processo em consenso, participando do processo de cidadania aplicada num âmbito que se veste de recurso, mas ocorre tornar-se instrumento de avaliação dentro deste processo e o avaliar em percurso, que infere posteriormente em uma formação plena e ética dos sujeitos envolvidos.


* Por que optamos por aprender na era relacional?



              Quando escolhemos seguir um caminho traçamos uma direção e um destino, esta rota exige estratégias para que consigamos chegar aonde desejamos, o que exige planejamento, autoavaliação, avaliação de percurso. Passo a passo estamos criando uma rota de onde partimos até onde pretendemos chegar marcamos o ponto índice.

               As circunstâncias adversas poderão interferir assim como o estado físico, emocional, material e intelectual em que nos encontramos e que este estado poderá nos impedir de chegar ao nosso objetivo. A Sobrevivência social no capitalismo que tende ao salto de um pensamento eco-sistêmico ou de convivência pacífica entre homens e natureza.

  Golleman (1996), em seus estudos sobre inteligência emocional, coloca-a como ferramenta de inclusão no mercado de trabalho do futuro, e todas as ferramentas de qualidade atuais como, Qualidade Total, R7, planilhas que medem o desempenho testado em microambientes apontam para saber lidar com as situações, ou seja, a capacidade de relacionamento o mantém integrado ao meio e o mobilizará em sua ascensão social, parece-nos mais que óbvio que seguindo as tendências modais do mercado de trabalho torna-se evidente que o valor do conhecimento e saber aplicá-lo torna o grau de importância maior para a inclusão ao mercado de trabalho já nos dias atuais em nosso país. Através de telejornais observamos uma grande impostação de mão de obra qualificada. Se não aprendemos a nos relacionar, como poderemos existir nas eras das relações?

              Partimos agora deste ponto de reflexão para analisar as qualidades das relações que parece ser o campo em que acontecem os confrontos de valores culturais e econômicos de uma comunidade social.

              Estabelecer índices de critérios nos parece uma maneira de resgate qualitativo transitório e em contraproposta está uma realidade escolar que se mantém retrógrada, quanto a estabelecer matrizes de referências, que também não se mostram lá muito eficazes e que são também pouco compreendidas pela maioria de professores que compartilham um índice de formação também precários.

* Novos Paradigmas e como ensinar no século XXI.



                Segundo Morin (2000), um paradigma pode ser definido por: promoção/seleção dos conceitos-mestres da inteligibilidade. Assim , a ordem, nas concepções deterministas, a matéria nas concepções materialistas, o espírito, nas concepções espiritualistas, a estrutura, nas concepções estruturalistas, são os conceitos-mestres selecionados/selecionadores, que excluem ou subordinam os conceitos que lhes são antimônicos (a desordem, o espírito, a matéria, o acontecimento).

   Há dois paradigmas opostos acerca da relação homem/natureza. O primeiro inclui o humano na natureza, e qualquer discurso que obedeça a esse paradigma faz do homem um ser natural e reconhece a “natureza humana” .O segundo paradigma prescreve a disjunção entre estes dois termos e determina o que há de específico no homem por exclusão da idéia de natureza.

                Estes dois paradigmas opostos têm em comum a obediência de ambos a um paradigma mais profundo ainda, que é o paradigma da simplificação, e que, diante de qualquer complexidade conceptual, prescreve seja a redução (neste caso, do humano ao natural), seja a disjunção (neste caso, entre o humano e o natural). Um e outro paradigmas impedem que se conceba a unidualidade  (natural ↔ cultural, cerebral ↔ psíquica) da realidade humana e impedem, igualmente, que se conceba a relação ao mesmo tempo de implicação e de separação entre o homem e a natureza. Somente o paradigma complexo de implicação/distinção/conjunção permitirá tal concepção, mas este ainda não está escrito na cultura científica. (MORIN, p.25-26, 2000).

                 Desse modo, o nível paradigmático é do princípio de seleção das ideias que estão integradas no discurso ou na teoria, ou postas de lado e rejeitadas. O que leva a Morin (2002) assinalar que, o conhecimento complexo condiciona uma política de civilização.

                 E para aumentar a proporção desta voz propagada, percebo a importância de reverberar esta linha que fortalece os debates pedagógicos quanto à natureza da pedagogia enquanto ciência e que após a instalação do modelo complexo, tem aumentado a sua ressonância e amplificação a fim de resgatar sua posição inicial como elo de pesquisa.

                                    
      Ao longo do século XX, a complexidade instala-se por toda a parte, assustadora, terrificante, obscena, fascinante, invasora, como um desafio à nossa própria existência e ao sentido de nossa própria existência a complexidade em todos os campos do conhecimento parece ter citado o sentido, afirma Basarab (2001). A complexidade surgiu no momento da passagem para o nosso mundo, necessariamente caracterizado por quatro dimensões e por energias acessíveis muito menores. A complexidade social sublinha, até o paroxismo, a complexidade que invade todos os campos do conhecimento. O ideal de simplicidade de uma sociedade justa, baseada numa ideologia científica e na criação de um ‘homem novo’, desabou sob o peso de uma complexidade multidimensional.
           
                   Moraes (2003) explica o paradigma educacional emergente retomando e esclarecendo conceitos do filósofo Thomas Kuhn onde para ele significa: “a constelação de crenças, valores e técnicas partilhada pelos membros de uma comunidade científica” (1994. p. 225). Paradigma na ótica de Kuhn, é uma realização científica de grande envergadura, com base teórica e metodológica convincente e sedutora, e que passa a ser aceita pela maioria dos cientistas integrantes de uma comunidade.
                    
        Sobre complexidade e interdependência no que se refere ao ensino e sua evolução, o projetar para Gadotti (2002), seria: “projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se a atravessar um período de instabilidade e buscar nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor que o presente”.

                    
        E complementando esta busca nos estudiosos da Filosofia da ciência que demonstraram repetidamente que mais de uma construção teórica pode ser aplicada a um conjunto de dados determinado, qualquer que seja o caso considerado. A história da Ciência indica que, sobretudo nos primeiros estágios de desenvolvimento de um novo paradigma, não é muito difícil inventar tais alternativas. Mas essa invenção de alternativas é precisamente o que os cientistas raro empreendem, exceto durante o período pré-paradigmático do desenvolvimento de sua ciência e em ocasiões muito especiais de sua evolução subseqüente aqui justificamos a nossa escolha quanto ao processo dedutivo-dialético adentrando ao paradigma educacional emergente baseado na ciência quântica porque acreditamos estarmos vivenciando este momento histórico.

                   Enquanto os instrumentos proporcionados por um paradigma continuam capazes de resolver os problemas que este define, a ciência move-se com maior rapidez e aprofunda-se ainda mais através da utilização confiante desses instrumentos. A razão é clara. Na manufatura como na ciência – a produção de novos instrumentos é uma extravagância reservada para as ocasiões que o exigem. O significado das crises consiste exatamente, no fato de que indicam que é chegada a ocasião para renovar os instrumentos. E porque é chegada a hora de renovar os instrumentos que percebemos a importância desta prática educativa em favor da autonomia na construção de identidades históricas.

                   Freinet (1974) nos remete o entendimento onde - Esta desordem cultural persistirá enquanto a escola pretender educar as crianças com instrumentos e sistemas que tiveram validade há 50 anos, porém suplantados pela técnica contemporânea. Subsistirão na escola as lições, os braços cruzados, as memorizações, os exercícios mortos enquanto fora da escola haverá uma avalanche de imagens, de ilustrações e de cinema.
       Não podemos mais continuar fazendo tudo exatamente como nos foi estabelecido porque estamos anassincrônicos já que o processo é em tempo real.


* O que desejamos em aplicabilidade?



                 A mudança do atual paradigma clássico para o novo paradigma educacional emergente de acordo com a pesquisadora e teórica da educação a professora Maria Cândida de Moraes, que relata o seu pensamento eco-sistêmico que vai de encontro com os ideais de Edgar Morin, Paulo Freire, Seymour Papert, Moacir Gadotti, Ivani Fazenda, entre muitos outros que participam da mesma linha teórica ou que se convergem em algum ponto no processo de dar autonomia à criatividade aos indivíduos estabelecendo uma relação democrática entre as partes ou dar qualidade real de vida para todos.

                Vamos observar que um ponto é o limite de intersecção de linhas; quando estas linhas convergem temos o significado de “LIBER” – Floema – O conjunto de vasos que conduzem a seiva, e como pretendemos facilitar a visualização do ato de planejar relacionando-se com o cotidiano da vida do homem, se pressupõe delimitação de metas, o estabelecimento dos meios possíveis de alcançá-las, saber delimitar as prioridades, organizar a própria ação e transformar a realidade numa direção escolhida apontada pelas necessidades que motivam um planejamento mais sistematizado de ações para que se tornem mais consistentes, conscientes e coerentes, ou o mesmo que um fluxo ordenado que vem a aproximar a relação entre o pensamento e a ação. Ordenado porém contraditório. Porque é preciso sempre buscar a brecha no discurso que caminhe para o esclarecimento do conceito aplicado a diversos olhares e por isso enriquecido de soluções compartilhadas.

    Oferece os eixos norteadores propostos pelos autores para o trabalho da escola e permite que exista um trabalho verdadeiro competente e com autonomia fundamentado nas necessidades de organizações pedagógicas, administrativas e financeiras da escola democrática se é que deveríamos trata-la assim porque teríamos de evoluir o conceito para a comunidade e ficaria difícil traçar o contorno do limite que as separa o que causa horror e insegurança. Agora se desejamos realmente adequar a situações em trânsito e em constante mudança criar a união de vontades e aplicá-las de forma livre. Não há necessidade do sacrifício no estudo porque tem-se ali um caminho. Não há necessidade de grades, de atitudes autoritárias ou mesmo da violência porque estamos habilitamos com outras maneiras de se relacionar que não envolva risco ou dano porque pertence realmente a uma cultura de integridade ética.

                Propomos uma intencionalidade que supõe desvelar ações de subordinação impregnadas de conceitos autoritários e reducionistas. Seria não só exigência legal como se propões nos PCNs que procuram garantir um “momento privilegiado de construção, organização, decisão e autonomia da escola” como dizem alguns autores, “que não se reduza a mais uma atividade burocrática”, que se busque estabelecer um posicionamento político pedagógico coerente e efetivamente democrático-participativo e, não por agrupamentos de projetos individuais no processo de ensino-aprendizagem acreditando estar trabalhando em grupo seguindo hierarquias opressoras como observamos nos grupos de trabalho em nossa formação.

                Um procedimento para facilitar a parte pedagógica e administrativa da escola construindo uma ferramenta de crescimento e de aquisição de eficiência no processo de ensino-aprendizagem mediante um documento elaborado pelos alunos e os demais envolvidos no ambiente escolar, onde serão norteados e planificados no plano gestor, é flexível e aberto porque trabalha democraticamente em consensos. Assim como o plano gestor ou o projeto político pedagógico é um instrumento de gestão para ser usado como referência para as lutas da escola, assim o é o portfólio de autoavaliação de caráter de registro documental em mídia eletrônica, (videoteca escolar de produção própria) estabelece o mesmo princípio e trabalha todos os conteúdos.

                 Se proporcionarmos autonomia e diálogo automaticamente geramos responsabilidade na construção do conhecimento coletivo dos educandos e os habilitamos na inserção do contexto sócio-cultural de sua comunidade, na busca em análise, o estudo, que faculta a explorar novas áreas de atuação para a solução de novos problemas permitindo chegar a conclusões inovadoras de transposições didáticas que pensam a escola como um microcosmo acoplado ao resto da realidade sendo por esta razão um espaço para a construção da democracia, valores éticos como a autonomia, liberdade, responsabilidade e diálogo e que não se fará educação de qualidade enquanto não atentarmos a esses princípios:

                Tornar-se educador através da autoavaliação e formação formativa e continuada, da necessidade da rigorosidade no processo do trabalho do estudo. Através do planejar procurar  concretizar aquilo que se almeja sem perder de vista o processo da permanente construção de novos conhecimentos e possíveis respostas aos problemas enfrentados.

                É um processo que se realiza no ato educativo sem perder de vista o planejamento e o objetivo real do processo que seria o conceito de liberdade na construção de sua identidade ética e política

                Perceber que o ato educativo viabiliza a construção de conhecimentos e valores para uma compreensão crítica e transformadora da realidade na qual estamos inseridos e que pretendemos transformar.

               

* O educador na era digital



    Quando assumimos a pesquisa com rigorosidade temos uma proposta de facultar seres para serem propensos a diversas habilidades ao mesmo tempo e seria o equivalente sem tanta profundidade no vir a estabelecer o cuidado com o tratamento da informação através do método científico para o ensino fundamental a partir do 2 ano letivo o que proporcionaria a interrogação desde cedo pela linguagem e complementação de estudo inacabado.
                Tornar-se um pesquisador que se auto-avalia e que avaliando vai sendo avaliado. Para isso é preciso acabar com o aprendizado da dependência, vamos resgatar nossa capacidade de trabalhar, de imaginar e de construir alternativas. (Cit. FREIRE, em SANT´ANNA, p. 13). É formador, é formado e é informador, trabalha a informação em todos os sentidos, compara pontos a se observar e dá andamento as estratégias de pesquisa, leitura e escrita de maneira profunda e seu mecanismo avaliativo é de forma alguma traumatizante porque respeita a individualidade no grupo. Trabalha formas de comunicação que estimule outros sentidos, que transmitam a compreensão e não a bajulação.

 

 

* Educador na nova cidadania global e relacional



                  A palavra orientar determina a posição de um lugar em relação aos pontos cardeais; encaminha, guia dirige, indica o rumo a reconhecer a situação do lugar em que se acha, para se guiar no caminho; reconhecer, examinar cuidadosamente os diferentes aspectos de uma questão. O educador aqui em seu caráter de facilitador da pesquisa nos conforta com a posição de tornar o estudo comparado, há um índice a se observar, porém não sabemos se este índice é bom o ruim, se nos ajuda ou atrapalha, porém, bom ou ruim é ele um ponto de referência ou um foco.
     Transformar-se em “link” ou elo- de- ligação entre o que se deseja ao que se pretende conquistar em interligação. Para um ensino fundamentado numa abordagem sócio-política, formativa dos conteúdos culturais, o processo docente verdadeiramente pedagógico precisa dos recursos auditivos,visuais, presentes nas novas realidades do mundo contemporâneo.






CAPÍTULO II




O QUE VEM A SER PEDAGOGIA AUDIOVISUAL




* O que vem a ser a pedagogia audiovisual



                      A pedagogia audiovisual é aquela que fala e escuta, olha e sente. Para que possamos facilitar o entendimento no desfazer das relações assimétricas o que se tem observado em relação as vertentes capitalistas do ensino é que criam estruturas de hierarquia e de poder e para fundamentar essa hipótese utilizamos os estudos sobre avaliação de  Perrenoud (2003) que em sua obra, Entre duas lógicas, da excelência à regulação das aprendizagens, percebemos que para o autor é cristalino que avaliar é criar hierarquias de excelência em função das quais se decide a progressão no curso seguido, desde a seleção, a certificação antes da entrada no mercado de trabalho e posterior a contratação.

                       A evidência é para ele tão gritante que nos faz observar que uma avaliação escolar clássica precisa de erros para funcionar porque seria inútil se todos os alunos resolvessem todas as questões, que no caso não são problemas, pois há singularidade entre questão e problema. Nos parece que a função da avaliação aí é justamente criar a conhecida curva de Gauss que permite dar boas notas e más notas criando, portanto, uma medida, diferente de critério; vem então a ser uma medida de hierarquia relativa e enfim aposta no êxito e no fracasso criando assim as futuras disparidades econômicas e sociais.

                      A pedagogia que viemos propor não participa deste tipo de linha referencial, ela observa as brechas existentes neste sistema de pensamento e se posiciona com maneiras de se avaliar que vão mais de encontro com o sentido da busca pelo conhecimento. Sendo de caráter formativo e autoavaliativos, onde utilizaremos fragmentos de discussões como pontos de apoio à reflexão e transformação de seu meio e de sua comunidade no sentido atitudinal, procedimental e conceitual, aflorando desta maneira um melhoramento nos índices de aprendizagem.

                      Já que viemos a propor uma rigorosidade interessada por parte do aluno que vê no estudo um meio de inserção social de fato e não apenas um momento de fazer relações sociais ou de contenção. Culmina-se na posição do professor como mediador educacional, a orientar as pesquisas a serem desenvolvidas, mediante a finalização de projetos e do produto final a ser exposto ao grupo a que pertence.


                       * As T.IC.s, uma proposta dentro de uma concepção autônoma.



                      Segundo os estudos de Kleiman (2002) sobre os significados do letramento, a presente autora se fundamenta nos estudos de Heath que nos reservam a informação a respeito do modelo das práticas escolares como sendo o modelo autônomo de letramento onde se considera a aquisição da escrita como um processo neutro, dissociado das considerações contextuais, e quer capacitar o aluno no final do percurso a interpretar e escrever textos abstratos, sem observar as nuances de um texto e se fechando apenas em gêneros prontos nascendo neste ponto uma contradição com outros modelos autônomos que possibilitam uma leitura crítica da realidade como instrumento de resgate da cidadania.

                    Como é isso? Aqui percebemos que no conceito de autonomia existem duas vertentes diferentes: uma se caracteriza como instrumento de resgate da cidadania e a outra uma autonomia que apenas acomoda a norma vigente sem questionar os seus propósitos. Uma autonomia é verdadeira e a outra é falsa.

                    Tentamos estabelecer neste estudo como verdadeira aquela que se espelha no exemplo mundial de atitude ética, como foi a do professor Paulo Freire e a de seus discípulos, que constantemente desmistificam muitas considerações de a língua escrita favorecer a uma elite que codifica, reproduz e divulga seus valores culturais de poder se sobrepondo a um grupo que possui menor poder aquisitivo e de conhecimento aplicado a fim de perpetuar estas estruturas de poder.

                     Percebe-se neste raciocínio que há dois tipos de autonomia, e que para esta análise é preciso estar atento ao desvelar das nuances de interpretação de autonomia como norma integrada ou como forma de adquirir instrumentos de pesquisa e mecanismos de estudo que realmente integrem criticamente aos cidadãos, maneiras de se encontrar as saídas para o encontro do conhecimento aplicado revertendo ao indivíduo à sua qualidade de vida através da integração total em seu meio social natural.


                    * As aplicações do vídeo como recurso pedagógico em uma concepção autônoma



                    Tratamos aqui o conceito de autonomia que pretende dar identidade ao cidadão pleno de direitos e deveres, não podemos utilizar concepções tradicionais para este processo pelo simples fato de que não podemos nos abster as superficialidades, diante das complicações existentes nas relações políticas e econômicas do mundo e pelo fato de nos alinharmos a esta postura como sendo a única maneira de nos fazermos integrar a nova ordem mundial de ensino, através de uma postura ética perante a proteção ambiental, a qualidade de vida para todos, e, portanto de um processo democrático, que só existe mediante consenso e este é arquitetado em diversos níveis de atuação o que eleva o meio às problematizações.

                    Já as problematizações, por sua vez inflamarão o ambiente de comunicações o que torna o ambiente mais rico em se tratando de atitudes comportamentais já que as pessoas se manifestam mais porque se sentem mais integradas a todo o processo e não são constrangidas ao silêncio através de chantagens emocionais muitas vezes fantasiadas de “combinados educativos”.

                    Dando a amplitude de suas ações a sua responsabilidade tem-se aí a grosso modo uma receita de evolução educacional em progressão geométrica que depois de um certo tempo de atividade a proporção eleva a qualidade o que resulta numa identidade nacional mais sólida com bases democráticas, solidárias e que se utilizam do conhecimento para ampliar a sua qualidade de vida onde qualidade de vida é medida também pela maneira como as pessoas se relacionam neste meio.

 

* Implicações



                     A amnésia no verbete é a diminuição ou a perda da memória. Memória no mesmo verbete seria justamente a faculdade de reter as idéias adquiridas anteriormente; lembrança, reminiscência, celebridade; monumento; apontamento (memorial). O esquecer é deixar sair da memória; perder da lembrança, desprezar, por de lado, perder o amor, a estima, deixar por inadvertência, tirar da memória; procurar não se lembrar, escapar da memória; ficar no esquecimento, ser omitido, não ser mencionado por descuido; ficar tolhido, perder a sensibilidade.

                      Já tratamos em outra parte deste trabalho quanto ao efeito bola de neve da educação e são estas implicações que nos preocupamos. Hoje há uma infinidade de recursos tecnológicos e por outro lado estamos totalmente carentes de mão de obra qualificada ou melhor, pensante. O desastre educativo é comparado ao apagão da qualidade de serviços, da cultura, nos meios de comunicação em massa.

                     Estamos sendo acometidos por um baixo nível qualitativo no padrão cultural, não que a diversidade nos incomode, mas a diversidade e não ao balbucio. Alguns professores afirmam que hoje o cérebro de seus alunos se restringiu ao tamanho das telas de celular e que seus textos também compartilham deste tamanho.

                    Não se tratam mais de recursos e sim de critério, instrumentos e transposições didáticas alinhadas a um espírito crítico e criativo. Temos um mega problema a ser resolvido que é justamente dar a identidade ao estudante.

                    Se não pretendemos manter esta amnésia cultural precisamos desde já nos movimentar a criar as estruturas que sanarão este déficit de várias gerações colocando-as pareadas com a situação mundial atual.

                    Há inúmeros exemplos a respeito do que as práticas tradicionais alinhadas a um pobre espírito empreendedor que não se alinha ao modelo atual de trabalho que é respeitando a integridade do indivíduo por completo, tornam a reprodução de um sistema subordinado e carente da aplicação do conhecimento.

                    Tratamos aqui de uma massa de jovens degradada pelas drogas, álcool ou ignorância na proporção de desastres que poderiam ser evitados através de campanhas elucidativas. O problema é que a campanha apenas mascara algo que não está sendo feito de fato que seria a verdadeira ação social de resgate a cidadania que se encontra em estado de flagelo mental aliada a má distribuição de renda que amplifica os conflitos sociais e o entendimento desta realidade complexa.



                     Acreditamos que para revertermos esta situação é preciso fazer um trabalho extremamente massivo que envolva filhos, pais, comunidade, igrejas, professores, associações de bairro e demais órgãos representativos que exerça força democrática na sociedade.

                     “Não se constrói a autonomia da escola senão mediante um entendimento recíproco entre dirigentes do sistema e dirigentes escolares entre estes e  a comunidade escolar (incluindo pais) a respeito de que tipo de educação  a escola deve promover e de como todos, em conjunto, vão agir para realizá-la. Não se trata, portanto, de um processo de repartir responsabilidades, mas de desdobrá-las, ampliando-as e compartilhando-as, afirma Luck (2000).

                      Partindo de um olhar onde o meio nos influencia e onde influenciamos o meio, cabe a cada ser buscar o que vem a ser uma pedagogia salutar, se utilizando do recurso audiovisual.

                     Vamos agora analisar com mais propriedade a natureza na existência de sistemas existentes para facilitar o nosso entendimento no decorrer deste estudo. Existem sistemas fechados e sistemas abertos. O sistema fechado não cria relação com o meio e tende à entropia e, consequentemente, à morte, o sistema aberto, ao contrário, mantém constante interação com o meio, e assim, a partir do conceito de retroalimentação, está sempre em mudança e numa constante troca com o meio, pois interfere no meio e também é afetado por ele, afirma Mariott (1995).

                     E como afirma Proust: (apud Morin, 2000.). “uma verdadeira viagem de descobrimento não é encontrar novas terras, mas ter um olhar novo.

                     Daí a importância de um pensamento que evolua o nosso comportamento. Não basta o aluno ter um tratamento saudável se os seus familiares sobrevivem em um grau de exploração humana muito elevada. Cuidar da educação e educar a ação; é um trocadilho simples que reflete um conteúdo vasto e complexo. Como partir do caos à ordem? Se é que é esta a ideia, pois se é complexa, compreende a desordem também.

                      É preciso saber caminhar entre as brechas, afirma Mariott (1995). Brechas da lei, brechas do regimento, brechas nos costumes e tradições, brechas de comportamento, resgatar o ser, dar-lhe dignidade e auto-estima, educando-o propriamente com um olhar libertador que o situe e o objetive na existência.

                      A maior parte das propostas de mudança social, entretanto, parte da falsa suposição de que grandes mudanças ocorrem a partir de grandes ações; que o benefício da mudança deve excluir grupos considerados não pertinentes, e a isso se junta o compreensivo desejo de que as mudanças nos atinjam e nos beneficiem ainda em nosso tempo de vida – com grandes e rápidas
mudanças introduzimos tantas variáveis, simultaneamente, no sistema, que seria surpreendente se o resultado atendesse às nossas expectativas. Mas, as pequenas mudanças podem ser extremamente gratificantes por construírem um espaço próximo de convivência, sem que se espere sacrifícios ou heroísmos, próprios de instituições dogmáticas, de movimentos violentos,
governos autoritários e anti-sociais, constata Andrade (2003).

                     Saber captar o talento dentro de um olhar maltratado. Não há casos perdidos, apenas a incompetência de si mesmo de não se deixar exercer a beleza de um ser e viciar-se em estados baixos de ânimo que só levam às trevas e mais trevas.

                     Começando pelo ambiente, não se pode educar num ambiente opressor, há de existir uma forma de diálogo que o faça restaurar-se como ser. Se destruiu, construirá, se espancou, cuidará de suas feridas a exemplo de uma justiça restaurativa em princípios.

                     O respeito ao outro e a si mesmo e o compartilhar dos resultados são características da educação, e seu método é invariavelmente o conversar, o comunicar, o dialogar, afirma Andrade (2003).

                     Sabemos que não é tão simples assim, que existem pessoas que nascem com uma carga propícia à violência, porém se não é pela educação não será por nenhum outro caminho. A escolha por uma mente mais amorosa por parte dos envolvidos refletirá em situações mais harmônicas; como tornar possível um ambiente saudável?

                     Partindo da infra à supraestrutura e às suas interpretações de base, terá que haver um estímulo maciço à amorosidade, respeito às integridades, físicas, psicológicas e de conhecimento. A palavra é aprender a conviver na contradição. Se não houver este trabalho de projeto político pedagógico não poderemos criar as situações necessárias para a mudança.

          O pedagógico refere-se a finalidades da ação educativa. Nesse entendimento, o fenômeno educativo apresenta-se como expressão de interesses sociais em conflito na sociedade. É por isso que a pedagogia expressa finalidades sócio-políticas, ou seja, uma direção explícita de ação educativa, constata Libâneo (2002).

                    Se um ser não é tratado como um ser respeitável, como poderá refletir aquilo que aprende? O aluno aprende apenas quando ele se torna sujeito da sua aprendizagem. E para que ele se torne sujeito da sua aprendizagem precisa participar das decisões que dizem respeito ao projeto da escola que faz parte também do projeto de sua vida, observa Gadotti (2000).

                    Como reverter um colapso que existe no mundo há milênios? A política restaurativa deveria considerar a exclusão dessas famílias que estão totalmente degradadas pelas políticas públicas desonestas e insatisfatórias. Se quisermos realmente modificar algo é preciso saber de onde vem o problema.

                    Acreditamos que o passo inicial deve ser o sincero empenho de todos que se interessem pela melhoria da educação no sentido do estabelecimento de um clima de valorização incondicional da pessoa humana. Essa é a condição inicial e necessária para o surgimento de pessoas seriamente empenhadas no exercício da liberdade e da responsabilidade próprias, afirma Silva (1996).

            * E de onde vem?



                  Vem de mim, de ti? Trabalhar a educação como um todo não desconexo, aprofundando-nos nas causas que nos levaram a tanto sofrimento. Foi o olhar? foi a atitude? a ausência? a intolerância? Como afirma Santos (2005) : “o indivíduo atual é sincrético, isto é, sua natureza é confusa, indefinida, plural, feita com retalhos que não se fundam num todo”.

                 O que resulta na descrença e na falta de esperança no futuro. Se bloqueamos os pensamentos a tal ponto de retrocedermos em nossos comportamentos é aceitável que danos existam nos relacionamentos e nas circunstâncias em que por acaso sofremos de acordo com um pensamento dentro de um conceito complexo, porém, não importa de quem é a culpa, o condenar, o julgar e sim o restabelecer de uma harmonia dialógica; se for pela arte, ou pelo conhecimento de outras possibilidades de caminhos para uma existência menos rude, e desta maneira não precisaremos mais pensar que o mundo não é farto, nós é que o escasseamos.

                  O desenvolvimento tecnológico e o surgimento de uma sociedade de consumo baseada nas leis selvagens do mercado surpreendem o sujeito que, desintegrado e sem tempo para si mesmo, procura juntar pedaços de informações desconexas entre si, em busca de algum sentido, afirma Schimidt Neto (2007).  Nós o engessamos, tornamo-lo fraco e doente, daí a importância de um salto na qualidade do estar no mundo com os outros e pelos outros como um resgate de nós mesmos.

                 Partindo da simplicidade: Quais são os verdadeiros valores que tem uma verdadeira importância? O que é ser verdadeiro, íntegro, justo? A quem interessa a justiça que presenciamos? Qual é realmente a repercussão democrática em nossa história? Aprender a ser humano, a ter um olhar complacente que desvele a dureza de tanto descaso histórico.

                 Se não optamos pela mudança de um paradigma que sempre se torna rígido no decorrer do processo, que venha uma alternativa flexível, ecossistêmica como sustenta Moraes (2000). O processo educacional deve levá-lo a desenvolver uma atitude construtiva uma competência construtiva, modos construtivos de conceber, fazer e compreender, uma prática adequada para a produção de conhecimento.

                “O poder atual está nas teias de relações representada pelo conjunto informações e conhecimentos disponíveis nos poderes da mente sobre a força bruta, o que, em última instância, significa que o poder está sendo transferido para o ser humano, indivíduo, compreendido como um ser de relações, como tudo o que está na natureza”, afirma Moraes (2000).

      Uma pedagogia da autonomia como sustenta Freire, que perceba que não há ser que não possa aprender. é: “uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica é propiciar as condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e todos com o professor ou com a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar. Assumir-se como sujeito porque capaz de reconhecer- se como objeto” (FREIRE,1997,p.46).

                  O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros, afirma Freire (2006).

                 Se as plantas são capazes de se adaptar aos lugares mais inóspitos e de maneira saudável, daí a chave para uma postura coerente de ensino, aprender a lidar com o caos e se possível dar-lhe um olhar mais sensível a verdadeira beleza do existir como objetivo sagrado de todo ser mediante sua transposta complexidade.

                   O Resgate do valor humano é de extrema importância para que possamos realmente trilhar por um caminho menos doloroso. Para que não precisemos viver dentro de prisões e fugindo de nós mesmos.

                  A educação deve conduzir o sujeito ao encontro de si mesmo, por isso a importância da autonomia, assegura Schimidt Neto (2007).  

                  Para que possamos ter uma razão de existir fundamentada na amorosidade como ponte à lucidez coletiva. Se precisamos utilizar recursos, que estes sejam recursos saudáveis que favoreçam a libertação das ilusões o que fortalece a interdisciplinaridade porque precisamos escolher se vamos continuar reproduzindo um sistema que nos oprime ou modificaremos nossas ações para que não sejamos mais assombrados pela reprodução do poder cultural que mesmo sem perceber agregamos em nossas praticas.


 

 

 





















CAPÍTULO III


 

O VÍDEO COMO RECURSO E INSTRUMENTO PEDAGÓGICO NA SALA DE AULA E SUAS APLICAÇÕES INTERDISCIPLINARES

 

*o vídeo como recurso e instrumento pedagógico na sala de aula e suas aplicações interdisciplinares

 



                 A ferramenta aqui proposta seria a criação uma nova enciclopédia digital construída pelo grupo de trabalho e através do vídeo produzido e finalizado pelos alunos com o auxílio dos educadores, orientadores todos possam fazer o seu papel ativo no núcleo escolar a ser registrado também em portfólio e em locais de armazenamento de material didático único da unidade escolar que poderá posteriormente ser distribuído mediante ampliação do números de cópias para alicerçar a cultura local sendo utilizados pelos pontos de cultura espalhados pelas comunidades. Independentemente da disciplina que venha a contemplar o conteúdo a ser apreendido acaba ficando em segundo plano, porém, a responsabilidade com a fidelidade produzirá uma qualidade educativa.

    Poderemos vir a preencher qualquer espaço com a ferramenta do vídeo, pois o que nos interessa é a transposição didática real de entendimento real das identidades sociais a serem construídas através de estudos práticos nos agrupamentos produtivos para alunos de diversos níveis do segundo ciclo, ensino médio professores, orientadores até supervisores escolares, abrindo um leque neste espaço criativo ao conteúdo intercomunicante, onde exista uma mútua responsabilidade em todo o processo, que parte de todos os sentidos para um sentido comum o de melhorar a qualidade de ensino.

              

          * O rompimento com o paradigma clássico para adentrar ao paradigma quântico emergencial na educação.


    O ser humano é parte de um todo que chamamos de universo, uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele vê a si mesmo, seus pensamentos e sentimentos como algo separado do resto, uma espécie de ilusão de ótica da sua consciência. Essa ilusão de ótica é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos e afeições pessoais. Nossa tarefa é nos libertar dessa prisão, aumentando a amplitude da nossa compaixão, para abarcar todas as criaturas vivas e toda a natureza em sua beleza., segundo Albert Einstein - Uma teoria de tudo. (apud Wilber, (2005).

               Acreditamos que a transposição à um paradigma ecossistêmico e emergencial na educação que respeite a integridade do que ainda não existe é necessário uma certa renúncia de atitudes que desvelam um posição que não lhe pertence, e é a partir deste desvelamento social que se atribui valor a realidade assistida real. Libertar-se de certas condições mentais é a maneira de desfazer atitudes que prejudicam a coletividade num todo e em parte. Libertar-se de ideias pré-concebidas ou culturalmente arraigadas que manipulam a cultura de maneira a impedir que o fluxo corra naturalmente de forma intervencionista como se modifica um leito de um rio por exemplo sem perguntar a ele se ele quer se transpor. É óbvio que não iremos tratar destes absurdos, mas o que queremos dizer é que a verdadeira respeitabilidade deve ser o norteador da qualidade de relacionamento humano e que esta respeitabilidade não se confunda com coação ou assédio moral. para que exista de fato um trabalho a ser feito que auxilie na evolução humana.

                 

   * Considerações em aberto para um posterior trabalho de pesquisa a ser

novamente  melhorado.


                Colocamos aqui mais um ponto a observar no artigo a seguir produzido no GEPI, (Grupo de Estudos sobre a Interdisciplinaridade – PUC – SP) a pedido da professora Ivani Fazenda, em conclusão aberta deste trabalho monográfico esperamos dar continuação ao trabalho iniciado em breve:

 

                 * Da natureza e da auto natureza interdisciplinar

                                          
           Este artigo tem por finalidade contribuir para os debates sobre a natureza da interdisciplinaridade e a disseminação de proposições para uma postura mais adequada ao pensamento interdisciplinar mediante uma abordagem complexa do conhecimento assim como da prática interdisciplinar em si  mesma. Inúmeros são os trabalhos, como teses e dissertações documentadas e de alta relevância ao tema que possuem enorme respeitabilidade nas comunidades científicas como as obras da Dra Ivani Fazenda e de seus orientandos. Vamos aqui fazer uma reflexão sobre o artigo: Desafios e Perspectivas do Trabalho Interdisciplinar no Ensino Fundamental. Contribuições das Pesquisas sobre Interdisciplinaridade no Brasil: O Reconhecimento de um Percurso da Dra Ivani Catarina Arantes Fazenda.  Ivani é uma das maiores autoridades da área interdisciplinar e seus trabalhos têm contribuído para as melhorias do convívio no ambiente escolar uma vez que são pautados na dialogicidade, em contrapartida às situações conflitantes, existentes em nossa sociedade. Essa contribuição se estende aos currículos e conteúdos, metodologias e abordagens escolares e suas   melhorias se refletem nas comunidades envolvidas mediante um olhar restaurativo. Abordo o tema da auto natureza interdisciplinar para fundamentar minhas hipóteses criticas diante do modelo educacional vigente. Ao meu olhar, este modelo necessita, com muita eficácia e rigorosidade, tornar-se menos fragmentado e mais interdisciplinar, para que sejam de fato construídas situações salutares no âmbito do convívio e ao estudo aprofundado dos objetos sem a necessidade da resiliência posterior. Os objetos que pautam as minhas observações são frutos das inquietações de grandes educadores que revelam a perda do foco, amplitude e profundidades em relação aos mesmos.
    Falar em interdisciplinaridade não é fácil, ainda mais  partindo do  pressuposto que o meio nos influencia, e que por ele somos influenciados. Cabe buscar o que é um olhar interdisciplinar e sua prática. Para entender a ação interdisciplinar é preciso compreendê-la como uma reconstrução de caminhos fragmentados a percorrer mediante o reconhecimento dos mesmos. Aí se inicia a discussão sobre a natureza da interdisciplinaridade e da auto natureza interdisciplinar.
   Dadas as dificuldades e complexidades atuais que envolvem particularmente a todos os seres vivos na ordem planetária, faz-se necessária uma alteração interna de postura perante o mundo para que, partindo deste princípio, possamos chegar ao auto-conhecimento. Como observa Rosseau (1990), em relação ao discurso e ao ato de quem discursa: para conhecer os homens, é preciso vê-los agir.

  Há, porém, de se observar que há  interdependência nesta ação: “Não se pode reformar a instituição sem uma prévia reforma das mentes, mas não se pode reformar as mentes sem uma prévia reforma das instituições.”, afirma  Morin (2000)

  É então do desvelamento e desdobramento interior de si para com o outro que surge o salto de uma condição de ser-objeto para uma posição objetivada na existência sendo a interdisciplinaridade inerente a todo ser, daí a sua natureza interdisciplinar e a sua auto natureza interdisciplinar:
“A necessária promoção da ingenuidade à criticidade não pode ou não deve ser feita a distância de uma rigorosa formação ética ao lado sempre da estética. Decência e boniteza de mãos dadas. Transformar a experiência educativa em algo puramente técnico é amesquinhar o que há de mais fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador. O exercício da curiosidade convoca a imaginação, a intuição, as emoções, a capacidade de conjeturar, de comparar, na busca da perfilização do objeto ou do achado de sua razão de ser. Um ruído, por exemplo, pode provocar minha curiosidade. (PAULO FREIRE, 199:767)

   Ao repensar agora a interdisciplinaridade seguiremos os passos de mérito da pesquisadora Ivani Fazenda na ordem epistemológica:

“Numa tentativa de elucidação da questão epistemológica “interdisciplinaridade como exigência do conhecimento”, (...) um estudo de sua gênese e significado, e constata que o termo “interdisciplinaridade” não possui ainda um sentido único e estável e que, embora as distinções terminológicas sejam inúmeras, seu princípio é sempre o mesmo: caracteriza-se pela intensidade das trocas entre os especialistas e pela integração das disciplinas num mesmo projeto de pesquisa”.  (FAZENDA, 1999, p. 30-31).

  Em relação aos procedimentos cabe lembrar as palavras de Celestin Freinet em relação ao peso do conhecimento como não sendo de caráter entediante e fragmentado:

“Seja como for, temos de esquecer a nossa formação escolar em que a objetividade pretendia explicar tudo e as nossas obrigações estritamente pedagógicas se identificavam com a mania de ensinar; à nossa frente, sem nos pedir licença, a criança enveredava por outros caminhos, os que lhe são próprios, e por processos de tentativas, essencialmente instintivos, deslocando-se para onde quer, certa do concurso dos seus poderes como o caracol segregando a concha. Há que entrar resolutamente no reino da infância”. (FREINET, Apud ELIAS, 1997, p. 297)

  Quando as comunicações são na intenção de transpor as relações numa evolução em progressão geométrica:

“O que queremos dizer é que o pensar interdisciplinar parte da premissa de que nenhuma forma de conhecimento é em si mesma exaustiva. Tenta pois, o diálogo com outras fontes do saber, deixando-se irrigar por elas. (...) capaz de enriquecer nossa relação com o outro e com o mundo”. (FAZENDA, 1999, p. 15).

  Praticar uma postura coerente com um discurso que não está solidificado é abrir gratuitamente as possibilidades de um abraço à uma evolução necessária e merecedora. Evolução que partilha uma identidade universal ao comparecer às uniões que irão contribuir para o sucesso da paz no mundo, ao se fazer presente às reuniões que trarão as modificações necessárias de nós mesmos e que nos possibilitariam integrar de maneira a auxiliar a nós mesmos  as competências necessárias para uma verdadeira qualidade de vida relacional objetivada e que só podem vir a existir mediante as trocas e parcerias dialéticas.

“Assim sendo, em âmbito de pluri ou de multidisciplinaridade, ter-se-ía uma atitude de justaposição de conteúdos de disciplinas heterogêneas ou a integração de conteúdos numa mesma disciplina. Em termos de interdisciplinaridade, ter-se-ía uma relação de reciprocidade, de mutualidade, ou, melhor dizendo, um regime de co-propriedade, de interação, que irá possibilitar o diálogo entre os interessados, dependendo basicamente de uma atitude cuja tônica primeira será o estabelecimento de uma intersubjetividade. A interdisciplinaridade depende então, basicamente, de uma mudança de atitude perante o problema do conhecimento, da substituição de uma concepção fragmentária pela unitária do ser humano”. (FAZENDA, 1999, p. 31)

  Se inter, se trans, se pluri, se multi a importância do desapego é um ponto a se pensar em relação às burocracias do processo. Sem disciplina não há interdisciplina, porém, sem interdisciplina não se vê o todo e somente as partes. Vamos então nos nortear pelos cinco princípios que subsidiam uma prática docente interdisciplinar, sendo estes: a humildade, a coerência, a espera, o respeito e o desapego. Cabe ao educador mediar, sem estabelecer deformações que exijam uma posterior resiliência no ser educando.

“Muitos estudiosos têm procurado definir a interdisciplinaridade, mas muitas vezes se perdem na diferenciação de aspectos como multi, pluri, e transdisciplinaridade. (...) Outros estão mais preocupados com a forma como o movimento da interdisciplinaridade se desenvolve, procurando fazer retrospectivas históricas da evolução do conhecimento através dos séculos e/ou através das marcas nele cinzeladas por alguns pensadores”. (FAZENDA, 1999, p. 14).

“Quem não está convencido de que todas as manifestações da essência humana, a sensibilidade e a razão, a intuição e os entendimentos, devem ser desenvolvidos para se tornarem predominantes em cada um, passará a vida se esgotando nesta redução desagradável e nunca compreenderá, porque tem tantos inimigos tenazes e porque ele mesmo às vezes também vai confrontar outros como inimigos. Assim, um homem nascido e formado para as assim chamadas ciências exatas, quando estiver no ápice de sua razão – entendimento não compreenderá facilmente que pode haver também uma fantasia sensível exata, sem a qual a arte é impensável”. (Goethe, 1998, p. 42.)

  Com estas reflexões abre-se um leque de possibilidades cuja única intenção é construir uma postura ética e de ordem existencial de respeito às integridades do ser e do mundo que gere uma realidade mais democrática e participativa. Isto significa praticar uma postura coerente com um discurso que não está solidificado e abrir gratuitamente as possibilidades de um abraço a uma evolução necessária e merecedora que partilham uma identidade universal. É próprio da excelência humana não perceber a simplicidade complexa de todas as reverberações de atitudes e posturas pessoais e individuais. Fica mais possível perceber se ampliarmos este ponto de reflexão para ao mesmo tempo relembrá-las.

                           

CONSIDERAÇÕES FINAIS



              Discorremos aqui, sem pesar em dizer, quão tamanha foi a nossa dificuldade inicial na construção deste trabalho acadêmico, e temos a dizer que: só nos reconfortamos em saber que esta dificuldade é inerente a qualquer transformação de um estado a outro, como muito bem esclarecem muitas metáforas chinesas extremamente populares onde se é mister observar que todo movimento de formação é tão difícil quanto um primeiro parto porque representa ao nascimento do novo, uma nova criação. Percebendo que tudo se encontra em movimento e o que precede a ordem é o caos, aquilo que ainda não tem forma, aquele que ainda não sabe o que é, o princípio criativo, o poder da força vital ou a força incontrolável de Akira.                 
                  
   Fica mais possível perceber se ampliarmos este ponto de reflexão. Para todos, percebê-lo-íamos como todos integrantes de uma única realidade existencial comum e agora ainda esclarecida através dos novos conceitos teóricos da física quântica que alicerçam as teorias ecossistêmicas de unidade compartilhada. Uma alteração interna de postura perante o mundo, através de atitudes conscientes quanto a posturas a serem abordadas que realmente facilitem um desenvolvimento pleno de todos os envolvidos e que permita entender a atuação interdisciplinar e compreendê-la como uma base de resgate de um caminho até então fragmentado ou obstruído a percorrer e que dadas dificuldades circunstanciais e complexidades atuais que envolvem particularmente a todos os seres vivos na ordem planetária e de forma tão profunda que a minha intencionalidade interfere na intencionalidade do outro e abre um leque de possibilidades paralelas que pode-se escolher um ponto para estar e o importante é que este ponto deve estar de acordo como aquilo que ansiamos porque caso contrário estaremos nós mesmos entravando nossos caminhos porque é mister entender que todo sacrifício só aumenta o sofrimento e jamais abre portas para as possibilidades que não nos ousamos ansiar.

               Que ficou claro na intencionalidade de discurso quanto ao objeto do discurso o que se pretende construir paradigmaticamente e no que o estado de desconforto poderá ser aceito como momento de efervescência e não como estagnação e que todo conflito é campo de efervescência independente do ruído nas comunicações espelhadas nos níveis de conhecimento que abordam barreiras de desentendimento porque a todos aqueles que se formaram na fragmentação é complexo ter uma supervisão a respeito e que ainda se eleve a um fluido único de energias que movem as relações socioeconômicas nas comunidades culturais em transição ao novo fluxo de entendimento além da violência aquela seiva empática que espia o milagre de qualquer existência.
               
                Recomendamos e convidamos a todos os que se interessam pelo desafio da mudança na contemplação do sagrado de si no outro. Nestas observações achamos válido olhar o outro como espelho de nós mesmos, porque assim evoluímos da crise do julgamento e erro para o erro construtivo onde ninguém tem culpa porque a culpa não existe e somos todos aprendizes de nós mesmos afinando-nos à restauração ética e cultural para que possamos existir e apreciar a plenitude como sagrada porque somos nós é não há inimigos porque temos apenas falhas na comunicação que precisam ser trabalhadas o resto é pura expressão de luz artística através da indidualidade nas identidades e deve ser assistida e apreciada.



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